quinta-feira, 17 de julho de 2008

Vote em mim

Santinho da minha campanha em 1996 (eu não sou candidato agora em 2008)


Em 1996 fui convidado para ser vereador. Inconsequentemente, aceitei por influência de minha mãe. Olhe ela de novo!!!! Porque tio Nenzinho, candidato a prefeito, pedia que eu o ajudasse nas eleições e por ser um amigo dos maiores, quem eu considerava como pai e devia muitos favores, acabei aceitando esse convite.



Sempre achei política um assunto muito sério e que os candidatos deveriam encará-la assim. Eu naquela época com 19 anos, chegando em Salvador, entrando na faculdade, descobrindo o mundo, não deveria ter concordado com essa loucura. Mais pela minha imaturidade do que por não pensar em propostas que eu considerasse importantes para a cidade. Eu desejava atuar no âmbito da cultura, arte e educação, o que já seria uma tarefa árdua e que para mim é o caminho para verdadeiras mudanças, em Sto Amaro especificamente por ser um lugar de imensa tradição cultural e um manancial artístico inquestionável.



Bem, na campanha eu quase não pude ir para os eventos por causa das tarefas com a faculdade. Fiz 3 comícios apenas e no último, na rua de meu avô, eu fiquei tão emocionado que saí passando mal. Um mico!!! hahahahahahahaha A emoção foi por estar na única rua que presenciou eu ficar em pé antes da poliomielite, era a rua que me viu crescer, era o lugar onde morava minha referência masculina (meu avô) e ele próprio tinha sido vereador daquela cidade 4 vezes, quando políticos nem ganhavam por isso. Eu via a alegria e ansiedade em meu avô, por vislumbrar uma continuidade de sua história e eu já sabia que não seria assim. Não era para ser. Eu não saberia e não tinha capacidade para isso.


Nesse mesmo dia fiz um "arrastão" pela cidade com banda de percussão, amigos com camisetas com meu nome, distribuindo santinhos... Tia Mabel criou um slogan que eu adoro : "Edu - sem limites para lutar por Sto Amaro".



Um carnaval! Esse sou eu. Ali eu me expressava pela arte, pela alegria, pela amizade... Foi um equívoco subir em palanques. Não era assim que eu me revelaria.



Hoje sei que o mais certo foi ter acabado aquilo tudo, eu ter conseguido 317 votos só de amigos, não precisei pagar dentadura, não paguei uma passagem para ninguém votar em mim, saí daquela eleição feliz por reafirmar em mim a minha vocação política: a arte.


Acredito na arte como transformação e como ação política das mais eficazes.



Não sei ainda em que votar nessas próximas eleições. Hoje estou muito mais exigente, mais consciente, mais responsável e muito mais triste pela políticia que se desenha cada vez pior.

2 comentários:

Anônimo disse...

E eu não sabia dessa!
Edu, Edu... tu é o máximo.
Beijos
Maria

Bernardo Guimarães disse...

Mais uma em comum! Eu fui candidato a Prefeito e passei por TUDO o que vc passou. E quase volto! quase! mas escapei. Hoje, prefiro ver as Alitrinas! Se tivesse lhe conhecido naquela época, vc teria 328 votos!
Abraço.