segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A poesia e Ferreira Gullar nesta noite

O poeta é um ser que sempre me comoveu e me causou admiração. A poesia está para a vida assim como a morte, não existe uma sem a outra. A poesia sempre esteve viva em mim. Ferreira Gullar afirma que a poesia é um estado, até duvida que seja literatura. Hoje minha loucura está em alta e se encontrou com Ferreira para me salvar. Quando ele fala do Maranhão, de sua história, do mundo, de sermos o que carregamos, de como a poesia é.

Não sou poeta, sou um sujo. Não me arvoraria a ser colega de Ferreira, Elisa Lucinda, Drummond. Vontade de gritar gratidão por ser privilegiado de ser tocado pela poesia. Quantas pessoas passam a vida sem saber que o que vivem é poema? Deve ser isso o que me chamam de louco. É conseguir ver e saber que estou vendo. Quem sabe?

A entrevista de Ferreira Gullar ao programa Roda Viva é de uma grandeza!

A beleza do que disse sobre os 80 anos é uma maravilha. É o número de perdas o que indica sua idade, mas se 80 anos é o que imaginamos ele não chegou ainda lá.

Aprendizado


Do mesmo modo que te abriste à alegria
              abre-te agora ao sofrimento
              que é fruto dela
              e seu avesso ardente.

Do mesmo modo
            que da alegria foste
                                       ao fundo
            e te perdeste nela
                                       e te achaste
                                       nessa perda
deixa que a dor se exerça agora
sem mentiras
nem desculpas

                                      e em tua carne
vaporize
                                     toda ilusão

que a vida só consome
o que a alimenta.


De Barulhos (1980-1987)

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Menino maluquinho e o Pequeno Príncipe

O encontro do Menino Maluquinho com o Pequeno Príncipe. Todas as fantasias sairão a rua comemorando a alegria e a beleza, o companheirismo e cuidado, a delicadeza e a vida juntos.


 

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Pequena Flor


Talita Avelino é uma amiga/amada que São Paulo me presenteou. Talis (como a chamo) é uma artista daquelas que sabemos o que será daqui a pouco. Com pesquisa em cultura popular, busca o saber de forma madura, estudou na Escola Brincante de Antônio Nóbrega e tem uma musicalidade rica com influência de côco, samba, cavalo marinho, frevo, entre outros.

Neste domingo ela irá nos presentear com seu show Pequena Flor, no Ciranda Café (Rua da Fonte do Boi/Rio Vermelho). Cheio de alegria em recebê-la e poder brindar a sua música.

Debaixo d'água

Semprei sonhei com uma casa onde eu tivesse banheira para ganhar as horas. Criar, pensar, viver dentro d'água. Pensei melhor e poderia ser um aquário. Me jogo dentro e viverei como no útero de minha mãe. só não apaguem as luzes do ambiente para, diante da escuridão, eu não acreditar que eu estou na imensidão dos oceanos.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O meu reality show

Depois de uma viagem exaustiva onde me aconteceram coisas mais variadas e inusitadas, trabalho cansativo e prazeroso, pessoas lindas, amorosas, carinho muito, solidão final de noite, internet, perder vôo, adiar chegada, comer mal, sentir dor, estresse de frio... enfim, quando pensava que tudo estava tranquilo e que só me restava chegar em casa, tomar um banho gostoso no quentinho de Salvador, matar saudade de mainha e do meu amor, do meu menino e minha irmã, escrever aos amigos que cheguei bem, recebo minha cadeira de rodas quebrada no vôo da TAP.

Comom utilizo meus blogs também (e principalmente) para gritar meus incômodos, o texto de hoje está publicado n'O Corpo perturbador porque isso me perturbou demais. Por favor leiam e se tiver alguém que me dê uma luz de como proceder.

Eles levaram minha cadeira para o reparo e alugaram uma banheira. A cadeira é enorme não dá nem para dançar e eu já começo ensaios esta semana. Que nada viu!!!!

Aqui o acesso ao texto completo

http://ocorpoperturbador.blogspot.com/2011/02/o-show-de-truman-do-sbt.html

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Tapa na TAP

Noite animada. Manhã de sono. Aeroporto. Atraso. Vôo perdido. Chegada adiada. Noite em Lisboa. O que será? Banheira. Descanso. Gozada. Acordar. Café. Retorno a cama. Táxi. Aeroporto. Chegada. Será?

Vamos ver o que a TAP fará com nossas vidas.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Um jornal para Vani

Vani, minha amiga/amada que falta você me faz! Acho que viciei em ligações sem nada a dizer, apenas ouvir a voz e contar o que se passa no momento, viciei em sair para ouvir batuque, beber em Gera, rir das misérias da gente mesmo. Daqui não tem como te ligar, também não adiantaria porque estamos longe e o melhor é estar perto.

O Big Ben ao fundo com o London Eye vermelho

Londres é uma cidade fantástica, embora eu não esteja propriamente em Londres e sim em Borehamwood, tipo uma Simões Filho. Longe para dedéu, mas próximo de onde estamos trabalhando.

Vim em companhia de Daniel, um companheiro maravilhoso pronto pra tudo, super disponível e gente boa. Conheci Mickaella, dançarina de Natal, uma delícia de pessoa e corpo lindo na Dança. Belo encontro essa viagem já me proporcionou. Neste final de semana saimos desde sexta (tivemos uma folga surpresa no sábado e colocamos o pé na jaca) e foi maravilhoso. Sexta saimos prum pub delicioso com música ao vivo, bebi vinho, me diverti muito. Sábado encontrei uns amigos que vieram de Barcelona só para me ver. Fiquei tão feliz. Aí você já sabe como é brasileiro, né? Fui apresentado a uma amiga deles, atriz baiana que mora aqui há anos e acabei dormindo na casa dela. Maravilhosa!!! Ela e o marido foram incríveis conosco. Super gentis. Um final de semana perfeito. Acabamos o domingo comendo um rodízio  num restaurante brasileiro. Delicioso!! Enfim comemos uma comida de verdade.

Eu, Najla, Tati, Alexis, Dani e Jefinho (faltou Micka q estava tirando a foto)

Isso está sendo um problema. A localização do hotel onde estou é péssima, distante de tudo, apenas uma loja de conveniência em frente. As comidas todas prontas, com aqueles molhos, pimenta, nada que posso comer. Tem dias que fico só no pão com queijo. A sorte que não estou sentindo nada. Não tive dores, nem febre.

O frio está de lascar, já chegou a 2 graus. Imagine minhas canetas!!??? Saio parecendo uma banana cheia de casca. Teve dia que estava com 5 calças, 4 meias e 4 camisas, fora o casaco, touca, luvas e cachecol. Quem guenta?


as canetinhas com frio

Olhe, Vani, infelizmente não poderei falar aqui do assunto que mais te interessa. Por isso peço que reserve uma mesa em Geraldo para o dia seguinte a minha chegada e assim conversaremos sobre o que te apraz.

Como este é um jornal de trabalho, encerrarei falando falando sobre o grupo. Estar trabalhando com o Candoco é uma experiência única, realmente. Os meninos são dançarinos da melhor qualidade e além disso são pessoa incríveis. Tem uns que eu queria levar comigo. É muito cansativo este trabalho de Marc Brew, fisicamente nos esgota muito, e muito diferente do que faço em Dança. Um desafio!


Eu e Mickaella Dantas em intervalo do ensaio

Tenho muito mais coisas que eu gostaria de escrever, amada, mas o tempo aqui voa e preciso repousar. Daqui a pouco estaremos coladinhos colados. Cuide-se. Um beijo daqui de longe, mas sempre aí perto.

Para finalizar: Vou ficar (aqui só) mais um pouquinho para ver se eu aprendo alguma coisa nessa parte do caminho. Viva Tulipa que não sai de minha cabeça!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Aliança

Elisa Lucinda

De alguma maneira hoje
quero sempre casar com você...
para mim este amor é diferente
não é de papel passado
é amor de papel presente

Comemorando minhas bodas de amor eterno. Há 5 anos o amor dominou minha beliche, minha razão, minha vida!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Acordei poema

Não é que deu agora de todo dia eu acordar poema?

Acho que é preparação para mais 5 ou 50 anos de amor.

Ou talvez resguardo de sonho antigo se realizando

Quem sabe novos sonhos chegando?

Poema é assim vem de flor, dor, analgésico e mentira

Vem pela janela, pelo metrô, pela bicleta e veletrol do menino sapecando no corredor

Vem de solidão

Vem de companhia

O poema se mete em tudo

Metido que só ele

Se meteu no cobertor pesado e quente

Aquecendo o inverno europeu

Fingindo ser sol amarelo da parte de baixo do mundo

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A poesia em mim

Acordei com a poesia em mim
Elisa, Clarice, Latim
o poema revisando meu passado
meu estojo, travesseiro,
minha agenda
meus diários de canção
A poesia fez-se verso de amor
e saudade
viagens nos territórios de mim
eu aqui
ali
em qualquer lugar
Londres, Lisboa, Berlin
e no melhor lugar
que é de onde eu vim

(Londres - 08/12/2011)

foto de viagem feita em 2010

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Meu lugar no mundo



"Eu vou te dar alegria
Eu vou parar de chorar..."
(Arnaldo Antunes)

Sempre digo que Santo Amaro é o meu lugar no mundo. Conheço várias cidades, alguns países, muitos lugares lindos, mas nenhum é como minha terra. Em nenhum sinto a alegria como em Santinho. Fiquei estes dias aproveitando os amigos, o amor que só recebo ali, os sorrisos, a felicidade. Sem folclore, sem baianidades, a felicidade de Sto Amaro me emociona.

Fiquei pensando muito em todos os momentos de como aquele chão abençoa todos que pisam. Fico feliz ao ver meu sobrindo absorvendo aquele ar, pegando energia de braço em braço, dançando, curtindo com todos da família.

Me comovo toda vez em que estou na casa de Paula e Beto, vendo seus filhos me dedicando um amor tão grande, minha amiga se preocupando nos mínimos detalhes em cuidar de mim. Ao descer, entro na casa de Make e é outra enxurrada de afeto. Na rua, nos becos, em cada abraço e tantos beijos.

A "conteteza" de todo mundo ao me ver recuperado, brincando como antes. Em Santo Amaro me curei de tudo que estava me colocando para baixo.

Hoje é dia de procissão por lá, aqui em Salvador é dia de festejar Yemanjá. Não tenho vontade de sair, sabendo que todos os meus estão na Praça agora enfeitados com a roupa mais bonita, detalhes de enfeites, perfumes, beleza, esperando a fila de santos passar. É um dia de rara beleza e devoção em minha terra. Muitos andores, os devotos fazem questão de enfeitar seus santos da forma mais bonita e é um desfile de mais de 30 andores. As meninas se vestem com roupa de 15 anos, as crianças com trancinha e cachos na cabeça, as mães de dourado... eu adoro assistir aquilo.

Na festa profana os corpos dançantes me encantam como apresentação de colegas. Vi umas cordeiras de bloco dançando um arrocha que era a coisa mais linda. E os homens do lugar, as mulheres, as ancas, os dentes, as coxas... um festival de tesão. Sedução e hipnose.

No dia de Nossa Senhora da Purificação só me resta agradecer por aquele pedaço de chão ter me feito quem sou. ter me dado tudo que deu e ainda dá. Posso estar em qualquer lugar do mundo, mas nunca saio de lá.

"Estamos indo sempre para casa"
(Lavoura Arcaica)