terça-feira, 22 de outubro de 2013

7 anos de Judite



Neste sábado (26/10), festejaremos os 7 anos de Judite que que estreou nos palcos baianos em 25/10/2006.

Para a festa, o Palacete das Artes Rodin Bahia (Rua da Graça) nos convidou para fazermos o relançamento do audiolivro e também apresentação única do espetáculo “Judite quer chorar, mas não, consegue!”, a partir das 15 horas, com entrada franca.

Iniciaremos a apresentação pontualmente porque terei compromisso ainda a tarde, lá na Ponta do Humaitá e quero aproveitar um tempinho para dengar e abraçar e agradecer a todos vocês que irão comemorar conosco esse dia tão especial.

7 anos não são 7 dias! Quantas coisas aconteceram, hein? e muitas ainda estão por acontecer.

Tempo é dinheiro

No período do ano em que mais tenho trabalho, me surpreendo com a minha conta bancária no negativo. Isso mesmo no vermelho, faltando dindin, devendo para o banco. Eu sei, não deveria ser assim. Nós trabalhamos para receber em troca um salário, uma recompensa financeira, um retorno pelo tempo-esforço-conhecimento-anos de estudo-etc-etc-etc... Mas eu sou artista e essa situação me deixa com mais raiva ainda, não pelo fato apenas de estar sem dinheiro na conta, mas porque isso dá ousadia a quem não sabe o que é ser artista vir me dizer para fazer concurso público, que arte não dá dinheiro, que não conseguimos nos sustentar com isso. E claro, todo mundo tem razão, menos eu que nasci vendo o mundo com outras cores, outras formas, outros movimentos....

Fico pensando se estivéssemos num mundo justo e de valores firmes, somente esta semana eu deveria ter dinheiro para comprar uma casa. Afinal, estou em vésperas de uma montagem internacional, apresentação em comemoração a 7 anos de Judite e participação num show de uma das melhores cantoras que temos por aqui e também está bancando sozinha seu trabalho. Em menos de um mês, participarei de um intercâmbio na França. Este ano ainda, posso acabar de escrever minha dissertação de mestrado.

Enfim... é trabalho que não acaba mais e dinheiro que nunca entra. Valores simbólicos para uma fazer tão intenso, dedicado, com horas e horas de trabalho, mesmo quando se dorme. Sim, porque o corpo continua elaborando tudo o que se passou e cansa e precisa se recuperar instantaneamente para voltar a fazer tudo de novo. Exaustão é a palavra de agora.

Como não tenho muito tempo para ficar aqui, preciso sair para me arrumar, porque tempo é dinheiro.

E com essa eu vou trabalhar que ganho mais. Ou menos?

Só para quem tiver curiosidade de minha agenda da semana:

foto Célia Aguiar

Dia 26/10, às 15h, apresentação do espetáculo e relançamento do audiolivro "Judite quer chorar, mas não consegue!", no Palacete das Artes, entrada franca.



De 27/10 a 03/11, apresentação de "São Cosme e Damião Duo", da companhia francesa Kastor Argile, às 17h, na Ponta do Humaitá, ao ar livre.



Dia 29/10, participação no show "Traduzir-se", de Andréa Daltro, às 20h, no Espaço Xisto Bahia. R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia).

domingo, 6 de outubro de 2013

Lançamento do audiolivro em Santo Amaro - 08 de outubro


Sobre os vôos de uma lagarta-borboleta

Lembro que tudo começou para 30 pessoas, em comemoração aos meus 30 anos. Passaram-se 7 anos desde então e a força que a lagarta Judite tomou me surpreende. Sempre falei dos temas difíceis e sofridos da vida dessa lagartinha, mas ontem numa entrevista me dei conta de que o mais importante nessa história é o SONHO.

Bem lá no início que desembocou em tudo isso, está o sonho de partir, enfrentar (assim como Dom Quixote) outros moinhos de vento e o medo travou as asas e daí nasceu Judite. Bem verdade que ali estava se construindo o casulo para que eu pudesse voar mais alto do que havia imaginado e graças a ela (que é feita de todas as experiências que eu vivi e vivo) cheguei a lugares inimagináveis, tanto geograficamente quanto dentro de mim.

foto de Nei Lima, Edu autografando os livros

Judite toma força e me empurra e me joga longe com seus vôos... eu sempre penso nela lagarta, mas todos nós sabemos que já se transformou em borboleta há muito tempo. É borboleta quando recebo as palavras e os abraços de cumplicidade de quem a compreende e a tem dentro de si. É borboleta quando nos faz conhecer os meninos do IBCM onde iniciamos o projeto Despertando Judites (curso de Dança Contemporânea para crianças) que foi uma das experiências mais transformadoras que já vivi. É borboleta quando Gilles Pastor a assiste e a partir disso cria um projeto para trabalhar comigo e daí tive minha primeira experiência em teatro profissional e de cara já fui logo fazendo um Shakespeare e essa experiência se reverbera agora em São Cosme e Damião, trabalho que estrearemos dia 27/10. É borboleta no livro que produzimos em 2010 com ilustrações de amigos que assistiram ao espetáculo e nos presentearam com seus desenhos, massinhas, fotografias, arte digital, botões... E a borboletagem toda quando viaja pelo mundo, pelo interior, por outros estados? E alcança espaços infinitos quando inspira a poesia, a música, a dança, a contação de história de Ana Luiza, os desenhos, os olhares que recebemos de presente em todos os lugares que chegamos.

Voa mais alto em mim quando conseguimos realizar esse audiolivro que se transformou também em livro falado que é um projeto específico para cegos e será lançado brevemente. E pelo mais novo sonho que estamos construindo com cuidado e bem devagar para que seja duradouro e dê mais frutos que é o Casulo Juditi, uma ONG que estamos em fase de organização onde queremos que seja um espaço de arte, de troca, de criação e acessibilidade.

Judite é crisálida de asas grandes que acolhe e suporta carregar um mundaréu (amo essa palavra)... um mundaréu de amigos que vão se chegando e ficando. Que nos acompanham desde o seu nascimento até agora. De uma equipe que só agrega pessoas apaixonadas por ela, desde crianças até adultos.

foto de Nei Lima do audiotório do Museu lotado

Eu gostaria de agradecer a todas essas pessoas que são pipas acompanhando e fazendo Judite voar, mas como poderia sofrer com o esquecimento do nome de alguém, hoje, farei um agradecimento especial apenas a quem colocou o audiolivro nas nuvens e está contribuindo com este lançamento: Clarice Cajueiro, Cassio Nobre, Samuel de Assis, Malu Mader, André Mantelli, Joana Reseck, tia Mabel, Cintia Santos, Alê Nohvais, Ana Clara Oliveira, Nucleo Vagapara, Sergio Rivero, Fernanda Pinheiro, Paulo Lins, Alfa Bottons, Taty Haynne, Nyala Cardoso, aos apoiadores do Catarse porque sem esses 129 amigos não seria mesmo possível, apesar do Prêmio Arte e Inclusão que recebemos em 2011 pelo MINC, Flavia Motta, Valter Ornellas, Paloma Giolli
Fafá Daltro, Clea Maria, Aída e Catarina Gramacho (Ampla Produções e evento), a Bárbara (Diretora do Museu Carlos Costa Pinto) e toda sua equipe, em especial a Nairzinha que nos presenteou com seu projeto Cirandando Brasil.

E porque sem eles, nada faria sentido, agradecer eternamente a minha mãe Dinorah, minha irmã Paloma, meu amor Nei, Junior e ao meu pequeno-grande Rudá.

foto de Nei Lima, com Edu, Nairzinha e Cintia Santos 
fazendo tradução em LIBRAS das palestras.

Lembrando que os livros, em Salvador, ficarão à venda na loja do Museu Carlos Costa Pinto (Corredor da Vitória) e também no Sebo Porto dos Livros (Porto da Barra).