quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A visita das 3 meninas

Parece até surpresa de aniversário. Minhas três meninas aparecerão neste Outubro em que festejarei 35 anos. Como é impossível as três estarem juntas, elas se organizaram e vêm me visitar cada uma numa semana diferente.

Odete me deu um presente delicioso. Nos encontraremos em Natal já neste fim de semana, no Palco Gira Dança, um projeto realizado pela delicia do Grupo Gira Dança, dessa cidade.

Logo depois chega minha Judite, passando uma semana inteirinha comigo na Caixa Cultural da Carlos Gomes, aqui em Salvador.

Para completar a festa, a recém-nascida Marilyn chega iluminada pelo Edital Quarta que Dança e, literalmente, faz minha festa de aniversário, dia 26/10, na praia de Ondina.

Me digam se não é para um pai ficar cheio de orgulho e felicidade?

Aos amigos que queiram compartilhar essas alegrias comigo, prestem atenção à agenda ao lado direito do blog. Espero vocês algum dia desses.

Foto de Gabriel Guerra (Odete, traga meus mortos)

Foto Célia Aguiar (Judite quer chorar, mas não consegue!)

Foto Débora Motta (Ah, se eu fosse Marilyn!)

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Abraços vazios

Os abraços vazios estão cheios de vidas que impregnam a pele. O gesto no vazio deixando surgir imagens de afetos, olhos fechados, estado corporal receptivo, ativo.

O vazio está sempre cheio. E o olhar percebe encontros, abandonos, ausências, chegadas, saudade, alegrias. A pele sente amor. Amor que circula mundos, espalha-se nos cantos, nos gritos, nos lugares de nós.


Foto de Edu O.

Amanhã será a apresentação e último dia do Euphorico: Je t'aime em Salvador. Todos os anos experimentamos emoções diferentes com este projeto, seja na França, seja aqui no Brasil, cada Euphorico se impõe com uma particularidade. Este tem sido especial por causa dos encontros, das oficinas que nos ensinaram tanto, dos momentos de pesquisa cênica ricos, dos afetos.... Como uma tatuagem, um cicatriz que permanecerá em todos nós. Como o primeiro amor, aquele beijo. Como aquele alguém inesquecível. Como ídolo de adolescência. Como comida de vó.

Gostaria de compartilhar com todos.

Amanhã, 21/09 (quarta-feira), às 20h, no Espaço Xisto Bahia, R$ 6,00 (inteira) e R$ 3,00 (meia).

sábado, 17 de setembro de 2011

O dia para pensar nele

De repente me toquei do dia de hoje e ele me soprou saudade nas lambranças. É aniversário dele. Daquele velho amor. Dia de festejar....
de que maneira sem ele?

Um amor de se levar consigo para sempre, nas costas, no colo, dentro... daquele amor de sorrir, chorar, brigar, andar ao lado e saber eterno.

Hoje...

Hoje não tem festa, presente, brigadeiro, parabéns. Ele se foi há 10 anos e eu ainda querendo comemorar colorido o dia dele.

Vô, eu te amo! Parabéns!

domingo, 11 de setembro de 2011

Meu dia de Regina Duarte

Há uns seis anos perdi o interesse pela Parada Gay de Salvador. Não vejo este dia como uma manifestação, um momento para reflexão ou atitude política, como insistem em nos fazer acreditar. Sinceramente, em Salvador, isso nunca existiu. Também acho difícil termos consciência política ao som dos trios tocando pagode e/ou música eletrônica. Confesso que todas as vezes que eu fui era somente para beijar muito na boca, beber todas, aprontar mais ainda e ficar com uma ressaca desgraçada no outro dia. Casei e isso não faz mais sentido, hoje, para mim.

Minha forma de militar era/é outra. É deixando de frequentar bares homofóbicos como um Beco famoso que tem no Rio Vermelho, onde fui agredido pelo dono em 2003 porque estava abraçado e acarinhando um namoradinho. É brigar com uma amiga, dona de uma Casa famosa, também do Rio Vermelho porque a produtora recriminou um casal gay que se beijava. Reclamar com motoristas amigos que acham que chamar o outro que cortou o carro de viado é xingamento. Enfim.... podemos fazer muitas coisas e ter cuidado e vigiar para não repertirmos atitudes preconceituosas.

Acho que durante a semana que precede a Parada deveriam acontecer inúmeros eventos onde pudéssemos debater sobre homofobia, união civil, casamento, respeito, doenças, amor, família... tanta coisa que não é possível num trajeto festivo do Campo Grande à Avenida 7. Não sou contra a Parada, muito pelo contrário, mas acho que ela deveria ser uma celebração de tudo que conquistamos, que discutimos ao longo de um ano, uma semana. Uma festa mesmo. Vitrine para tudo que nos interessa e que não se encerra ali.

A violência contra homossexuais tem crescido absurdamente, a falta de respeito tem sido constante, o medo assustadoramente nos engole. Antigamente eu tinha coragem de beijar um namorado, fazer carinho em público, hoje não tenho mais. Não sei se envelheci e cansei de brigar ou é mesmo o medo de sofrer constrangimento e violência que me impedem, porque sei que nada irá acontecer ao agressor.

Num dia lindo como está hoje é triste pensarmos que muitos ladrões estão fazendo a festa nos bolsos das bichas, que os viados estão apanhando e alguns nem voltarão para casa quando a festa acabar. Os políticos e os interessados neste circo, em cima de seus trios coloridos, nada sofererão e ainda terão pauta para aparecer na mídia amanhã. Esta, por sua vez, alimenta a superficialidade e o preconceito em matérias pobres e rasas. Vixe..... preciso parar por aqui porque chegamos num assunto em que me dá medo. Mais medo ainda.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

De repente canção

Queria saber fazer canção para dissipar no ar
e chegar em forma de silêncio numa sala do bairro de Nazaré.
Beijar beijar beijar aquele que não será uma, mas é a minha mulher
Saber dedilhar violão.... juntar galera. Fazer São Paulo aqui no meu chão

pow ..... pense numa pessoa que adoraria manjar no solo de guitarra ? sou eu ... Sei o básico só p cantar algumas canções mesmo...

eu nem isso. já podíamos fazer canção. eu no silêncio, vc no violão

vc é um poeta

é só vontade de respirar tranquilo

Eu COTOVIO (coisas de Sto Amaro)

Santo Amaro, realmente, é uma terra única.

Num concurso público para contratação de professoras, minha mãe encontra uma amiga depois da prova e começam a lembrar das questões. Uma pedia que assinalassem a palavra que fosse um verbo. Minha mãe assinalou "Autuar", a amiga cheia de razão corrigiu:

- Não Dinorah, o verbo é COTOVIA. Eu COTOVIO, Tu COTOVIAS, Ele COTOVIA.

Nós nos acabamos de rir até hoje com este caso, mas escrevendo este post, comecei a ver a poesia que esta amiga criou. Apesar de errar a questão, ela criou uma imagem bela.

Eu COTOVIO