terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Coisas que me entristecem

Te ver chorar a cada minuto.
Essa angústia que definha, que emudece e te enconlhe no sofá.
Esse mundo desgraçado que te provoca a raiva.
Essa obrigação da alegria constante enquanto a dor ali martela, martela, martela...
Ver você querer ficar só enquanto o sol brilha lá fora.
E a fome come
E a sede
A tua alegria


texto sem lógica, sem sujeito, com endereço

domingo, 20 de janeiro de 2013

Pra falar do amor

Esta semana tive duas experiências maravilhosas. Minhas duas amigas, Taii Lopez e Neila Kadhí, parceiras de palco, há tanto tempo, presentearam a cidade com dois shows LINDOS!



O show de Taii, eu pude companhar de perto o processo, metendo bedelho, dando opiniões, ajudando em coisas de produção e ainda fazendo uma participação, dançando uma música. Ontem, ela reiniciou sua carreira de cantora depois de sete anos ausente dos palcos e foi emocionante ver Taii exuberante daquele jeito no show "Pra falar do amor". Sua experiência com a Dança, formada pela Escola de Dança da UFBA, faz com que tudo pareça fácil naquele corpo, tornando o palco pequeno do teatro Gamboa numa quase Arena Fonte Nova. Aproveitando tudo que o figurino favorecia. Que bom estar ali e dançar "Doce de Limão, uma composição de Leandro Morais, feita para um espetáculo de Dança de Clênio Magalhães, outro amigo importante na minha trajetória. Taii cantando "A flor e o espinho", de Nelson Cavaquinho, é de arrepiar! E o que falar dos músicos que a acompanham? Simplesmente estrelas de primeira grandeza: Cesário Leoni, Giba Conceição, Leandro Morais, Flávio Cerqueira e André Santana. E o bis não poderia deixar de ser DOCE DE LIMÃO. Para quem esteve lá, pôde ver que na minha apresentação eu me lambuzei de brigadeiro de limão (algumas pessoas puderam experimentar). Delícia da marca "CONFEITO - brigadeiros gourmet".

E minha amada Neila Kadhi recomeçando a vida com seu "Novo Endereço". Ex-integrante da banda Chita Fina, voltou aos palcos com toda propriedade que sempre teve e tendo o que falar, querendo falar coisas suas e nossas. E como fala bem e canta bem! AMO!!! "Novo Endereço" é quase teatro, tem um roteiro que nos faz percorrer caminhos que levam sempre a novos endereços, a novos encontros, com um repertório lindíssimo, Neila me fez encolher na cadeira, ficar miudinho, com sua versão para a música "Curumim", de Djavan. Desde então esta canção está grudada nos meus ouvidos, durmo e acordo com os versos saltando da minha boca, meus olhos não apagam a imagem do drama cênico que ela criou.



Aiii essas minhas meninas! E pensar que nos conhecemos há tanto tempo, que dancei enquanto elas cantavam num projeto de Fafá e Andréa, as duas Daltro. O "Cena Aberta" me deu pérolas como essas duas. E as duas estão nos dando suas pérolas no Teatro Gamboa Nova.

Última semana dos shows.

NOVO ENDEREÇO, de Neila Kadhi, quinta-feira (24/01), às 20h.
PRA FALAR DO AMOR, de Taii Lopez, sábado (26/01), às 20h.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Depois de Piranha - O que fica?

Há dias vem na minha cabeça título e a lembrança desses dois trabalhos de dança criados por amigos e duas das maiores referências e reverências, para mim, nesta área.

Piranha é o premiado trabalho de Wagner Schwartz. Sinto-me privilegiado em tê-lo por perto, dentro, coração aos pulos ao ver o amigo, mas também por ver o artista que é um dos maiores nomes da Dança, atualmente, no Brasil. Assistir a Wagner é aula, é deslumbramento. Não estou escrevendo isso com o intuito de analisar a obra ou fazer comentários elaborados sobre sua Dança. Não sei fazer e não competência para tal. Quero mesmo fazer declaração de amor. Dizer que meu corpo treme até hoje sentindo o seu corpo, sua arte. Aquele cardume de pensamentos e imagens devorando meu corpo. E depois.... depois vem seu sorriso, seu colo, suas mãos enormes, seu humor, sua loucura tão parecida com a minha. Eu sei que não tenho juízo nenhum porque não podemos nos comportar, do jeito que me comporto com ele, quando estamos perto de alguém com essa grandeza, mas..... Não sei o que dizer. Foi/é assim desde o primeiro dia que nos conhecemos e espero que seja assim sempre. Olhem, se alguém que estiver lendo isso for da área da Dança, leia como se fosse um bilhete a um amigo, porque é isso que eu queria que fosse. Me declarar abertamente, dizer que sou loucooooooo por ele, varrido!!!

Assim como sou varrido em Lucas Valentim que criou junto ao GDC "O que fica?". Ele me perguntou, eu esbocei resposta e não consegui dizer. Assim como Piranha que ficou em mim num espaço em que palavras não traduzem, aconteceu com "O que fica?". A violência, o humor, aquela coisa tão óbvia e tão surpreendente ao mesmo tempo, aqueles corpos, aquela gostosura (viva as fraldas!)... Assisti e senti o meu O Corpo Perturbador, nossas questões tão próximas. Tantas coisas ficaram. Tantas coisas ficam.

Ficam como o "Peixe diabo se inscreve na mente...Peixe dente se inscreve no corpo..."  (Schwartz)

E que corpo!