sábado, 5 de janeiro de 2013

Depois de Piranha - O que fica?

Há dias vem na minha cabeça título e a lembrança desses dois trabalhos de dança criados por amigos e duas das maiores referências e reverências, para mim, nesta área.

Piranha é o premiado trabalho de Wagner Schwartz. Sinto-me privilegiado em tê-lo por perto, dentro, coração aos pulos ao ver o amigo, mas também por ver o artista que é um dos maiores nomes da Dança, atualmente, no Brasil. Assistir a Wagner é aula, é deslumbramento. Não estou escrevendo isso com o intuito de analisar a obra ou fazer comentários elaborados sobre sua Dança. Não sei fazer e não competência para tal. Quero mesmo fazer declaração de amor. Dizer que meu corpo treme até hoje sentindo o seu corpo, sua arte. Aquele cardume de pensamentos e imagens devorando meu corpo. E depois.... depois vem seu sorriso, seu colo, suas mãos enormes, seu humor, sua loucura tão parecida com a minha. Eu sei que não tenho juízo nenhum porque não podemos nos comportar, do jeito que me comporto com ele, quando estamos perto de alguém com essa grandeza, mas..... Não sei o que dizer. Foi/é assim desde o primeiro dia que nos conhecemos e espero que seja assim sempre. Olhem, se alguém que estiver lendo isso for da área da Dança, leia como se fosse um bilhete a um amigo, porque é isso que eu queria que fosse. Me declarar abertamente, dizer que sou loucooooooo por ele, varrido!!!

Assim como sou varrido em Lucas Valentim que criou junto ao GDC "O que fica?". Ele me perguntou, eu esbocei resposta e não consegui dizer. Assim como Piranha que ficou em mim num espaço em que palavras não traduzem, aconteceu com "O que fica?". A violência, o humor, aquela coisa tão óbvia e tão surpreendente ao mesmo tempo, aqueles corpos, aquela gostosura (viva as fraldas!)... Assisti e senti o meu O Corpo Perturbador, nossas questões tão próximas. Tantas coisas ficaram. Tantas coisas ficam.

Ficam como o "Peixe diabo se inscreve na mente...Peixe dente se inscreve no corpo..."  (Schwartz)

E que corpo!

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