domingo, 13 de julho de 2008

Desconsiderações

E aquele te levou
Pra te guardar em sua casa
Te tirou de minha praça
Arrancou toda minha graça
E você acompanhou sem se preocupar
Você foi e não voltou
Voltou e não me procurou
Me procurou e me beijou insosso
Sonso, o outro parecia não se preocupar
Cínico, sacana, escroto...
O amigo que esquecera o passado
Jogou nossa amizade no esgoto
Como bêbado na sarjeta
Tomando pinga, conhaque, cerveja...
Tomando no cu
Por quem um dia aprendera a amar
E fiquei insone
Miúdo, pequeno
Fingindo alegria para não me humilhar
Chegou o outro e toda a confusão
Foi um festival de abraço, beijo,
Declaração
O ciúme de antes agora se repetia
Se tivesse sido com aquele...
Aquele de lá de longe?
Nem sei...
Acho que morreria
Morreria não
Eu mataria
Assim como matei agora o respeito, o carinho,
A consideração
Como matei a dívida, os empréstimos,
A gratidão
Não gosto do ódio, mas sei sentí-lo
Também não gosto de amar e não sei
Em mim os sentimentos são doenças
São sem cura, crônicos
Ou oito ou oitenta
Fogo e fogo
Raiva
Eu amo com a intensidade da raiva
Da ira
Mentira
Me tira daqui

Um comentário:

Unknown disse...

coragem é dote, diz o povo de sua terra. Seus textos, sua poesia, me deixam com a queixada arrastando no chão. Para isso não virar tristeza Brigitte vem de lá, lambe, late, festeja, esculhamba!
Maria