sábado, 5 de julho de 2008

O caso de Monga

Para desestressar do último post quero falar da loucura de minha mãe. Sempre que conto esse "causo" me acabo de rir.

Como todos sabem, somos de Sto Amaro (Graças a Deus e a Nossa Senhora da Purificação e ao próprio Sto Amaro!) e todo mês de Janeiro começa a novena em louvor à Padroeira que é festejada dia 02 de Fevereiro. Época de sairmos com as melhores roupas, reencontrarmos amigos, vermos a cidade cheia, brincarmos no parque de diversões que chega enfeitando a praça.

Quando eu era criança e não usava cadeira de rodas, me locomovia de braço em braço e o melhor de todos sempre foi o de D. Dinorah, claro. Íamos ao parque, eu e minha irmã, montar em todos os brinquedos e para mim o mais esperado era Monga - a mulher gorila. Sempre fui muito medroso e já entrava com medo. Era aquele suspense! Uma voz masculina muito grave estimulando nossas aflições, uma mulher de biquini dançando e à medida que o homem ia falando ela se transformava num medonho gorila. "Calma, Monga! Calma!" Todo mundo saía correndo, gritando de medo, um empurra-empurra na porta do lugar para todos se salvarem de Monga.

Vocês acham que minha mãe, comigo no braço, saía correndo, gritando, querendo se salvar daquele monstro? Que nada! Ficávamos eu, mainha e Monga sozinhos dentro do trailer. Monga vinha em cima de mim que gritava apavorado e minha mãe dizendo: não tenha medo não, bobo! Isso é jogo de espelho. Não é de verdade, não. E eu gritava: Vamos sair!!! Ela: não vou sair tomando empurrão, não. Monga é de mentira, abestalhado!!!! Depois que o povo todo já estava fora, e minha irmã era uma das primeiras, eu saía desesperado, desgostoso, porque a ilusão de Monga, anualmente, era destruída pela tranquilidade de minha mãe que tentava fazer uma criança compreender o que era jogo de espelho.

Eu me pergunto até hoje porque ela me levava ali se não era para eu ter medo? Hoje eu tento mostrar a ela que as "Mongas" que a amedrontam não são reais, são inconscientes. Engraçado... ela me tirou os medos e acho que pegou para si.

10 comentários:

Anônimo disse...

Edu,
delicioso seu texto de hoje e uma lição. Li pensando em sua mãe e seu gran finale é tudo. As mongas hão de ir embora. Beijos Maria

Dani Hristov disse...

rsrs adorei o texto, eu era uma daquelas que saíam correndo sem saber que vc estava curtindo a Monga sozinho...hahaha quanto ao texto anterior não acho uma lamentação não... é isso aí temos que ter coragem para lutar pelos nossos direitos nesse país do desrespeito.

Bjcas colors
Dani Hristov

Biancagb disse...

coisas de mãe...
rs.
monstro!

as descobertas de joseph disse...

Meu Deus!Monga salvou minha noite!
Não paro de rir!!!digno de um conto de Cecília Meireles.rsrsr

Bernardo Guimarães disse...

ô Edu, se eu soubesse disso antes, pedia sua mãe emprestado pra minha primeira sessão, pra todas minhas sessões!...

Anônimo disse...

Obrigado pelo texto gostoso e divertido, Edoido.
uhu!

miro paternostro disse...

a-d-o-r-e-i!!!!!!! dei gargalhadas e os olhos ficaram moiadiiiiiinhos!!!!
deliciosa postagem!

beijús
m

Unknown disse...

Desta história eu lembro você contando. E só de lembrar eu deito de rir!
Meu Deus que dó dessa criança desesperada.
kkkk

A d o r o !


abs

Iara Cerqueira disse...

Edu, quem é do interior conhece esses causos, agora imagino Dinorah!!!!!!!!!!Crianças, uauauauaua!
saudades.........

Marco Valladares disse...

Hoje, depois de uma passada em Toti Lima antes de ir ao trailer, a voz grave diria: Cuidado, Monga! Cuidado!