sábado, 10 de abril de 2010

A validade das coisas

Como muitas vezes disse e não canso de repetir, sou uma pessoa privilegiada. Pela vida e pelas pessoas que tenho à minha volta.
Meus amigos são artistas. Artista mesmo e não é piada. Sempre gostei de artes e a vida foi fazendo com que meu caminho cruzasse com o destas pessoas, e sempre lembro do que minha avó dizia: "o rio só corre pro mar". Sempre adorei literatura e fui me apaixonando pelo mundo das artes através dos meus amigos.
Eu fui apresentada à dança por um dos mais especiais deles: minha paixão, minha referência, minha loucura e minha lucidez, Carlos Eduardo. Aprendi a apreciar a linguagem do corpo e toda poesia que ela carrega em si. Aprendo com ele sobre esta forma de estar poeticamente no mundo, me concectanto e interagindo de forma concreta e abstrata ao mesmo tempo. Não precisa ter lógica, não precisa entendimento... é só sentir.
Ontem ele estreou seu mais novo espetáculo "Odete, traga meus mortos", de título bastante original, como tudo que faz, e que discute uma questão que inquieta a todos: as ausências. Não pude ver a estréia, mas já soube que Odete mexeu com quem a viu chegar ao mundo.
Ela disse: "Eu nunca soube lidar com o prazo de validade das coisas." Isso é a cara do Edu... isso é a minha cara... isso é a sua cara, com certeza.
Parece que estou me vendo, sentada com ele em algum meio-fio de alguma calçada dos bairro da Barra em Salvador, a pensar sobre a vida, sobre as relações, sobre os encontros e desencontros, sobre as marcas que deixam em nós, sobre o amor, sobre a alegria, a amizade, a perda, as loucuras todas que nos encantam e tiram o sono. Ai que saudade de tê-lo ao meu lado na hora que me apetece...
Minha relação com esse amigo é coisa pra muitos posts. já ensaiei vários, mas nunca consigo traduzir de maneira suficientemente boa a natureza da nossa relação... do nosso amor. Espero que um dia eu consiga. Mas isso não é conversa pra agora. Hoje é dia de comemorar a chegada de Odete, que veio quietinha, sem febres - como dona Judite -, mas que com certeza veio pra ficar e pra marcar.
Viva a Odete, viva a vida que ela renova, a alegria que ela provoca. Que tenha vida longa... que alongue vidas. Evoé!


Cléa Ferreira




Tentei escrever alguma coisa, mas não consegui. Chorei demais com este texto publicado no http://epifaniasealumbramentos.blogspot.com/, pelo amor, pela amizade e por ter certeza que jamais serei só. Obrigado, minha amiga! Te amo!!!

6 comentários:

Gerana Damulakis disse...

Emoção. Coisa boa.
E, quem sabe eu apareça e vc nem saiba antes; farei tudo para isso. Bjo

Renata (impermeável a) disse...

em um mundo de relaçoes superficiais, adorei a seu relato de amizade. Me fez bem ler.

Anônimo disse...

Que homenagem linda e sincera da Cléa. A vida é linda quando fazemos dela uma grande celebração.

Nilson disse...

Tocante a amizade de vocês. Fico feliz por vocês, por Odete. Pela vida!

Talita Avelino disse...

Vocês lindos! Almas gêmeas.

Lorena disse...

Quero ser alma prima, pode? kkkkkkkkkkkkkkkk

Lindos vocês!!! Dois grandões corações!