Era final de balada n'A Loca da paulicéia desvairada. Corri pro Vegas com uma turma, mas acabei sozinho na boate porque estava com planos para a minha vida: um rapaz lindo, com seus olhos azuis e boca vermelha e carnuda. Roubou meu chapéu alemão sem se despedir de mim. Fui ao bar pegar a oitava Cuba e caçar outra boca para a minha insaciável. Avistei num sofazinho do canto um outro olhar fixo em mim e um sorriso que fingia timidez e conquista. Me aproximei também com meu sorriso de conquista. Ofereci a bebida e ele me bebeu.
Segurava com prazer as minhas pernas e tirou o meu sapato para sentir os meus pés pequenos em suas mãos. Já estávamos agora no quarto do hotel onde ele estava hospedado. Esfregava com volúpia meus pés no seu pau, seu peito, sua boca. Sentou-se na minha cadeira de rodas e me sentou no seu colo.
A noite acabou num dia lindo, ensolarado e eu com sorriso dourado olhando aquele povo que saía para o trabalho não me dei conta que estava apenas com o pé esquerdo do sapato. Uma cinderela sem saber sequer o nome dos príncipes ladrões.
* Resolvi escrever também um microconto devotee e publiquei lá n'O Corpo Perturbador. Achei legal colocar aqui também. Este é uma homenagem a São Paulo, a boate A Loca, Vegas e a tanta gente que passou por mim nesses lugares.
4 comentários:
Já ganhou, já ganhou!
Muito bacana!
Edu: apareça lá no lançamento de AV e MM amanhã.
maravilha!
Adorei!
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