sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Nunca mais é até quando?

Estou ainda e acho que vai demorar um pouco para me acostumar com a idéia do “sem excessos”. Muitos amigos me falam, no intuito de ajudar, que as coisas chegam para aprendermos, e foi assim que aconteceu para que eu aprendesse a ser comedido. Agradeço, finjo que concordo, mas acho uma baita de uma sacanagem da vida, de Deus, de sei lá o que, querer me controlar. Nunca me faço/fiz de coitadinho, até mesmo porque não sou, mas essa história de aprender com o sofrimento é de um ranço cristão desgraçado que nunca aceitei em mim.
Vamos do início.
Gostaria de entender quem fala isso para poder até mesmo eu me ajudar. Peguei uma Poliomielite quando tinha 1 ano de idade, fui uma criança que teve todo tipo de doença: sarampo, papeira, gripes constantes, asma, catapora etc etc etc, visitei muito hospital, fiz cirurgia de hérnia aos 5 anos, aos 8 estava longe dos meus operando no Sarah de Brasilia etc etc etc. O que mais eu devo aprender agora com esta diverticulite?
Pelo que me consta é o meu jeito alegre, exagerado, gargalhada farta, fanfarrão, bem humorado, engraçadinho o que junta pessoas ao meu redor, me faz ter muitos amigos. Por que então uma doença chega para me dizer que eu tenho que maneirar? Estou recebendo um castigo por ser assim? Não, não aceito isso como castigo e nem acho que vou aprender a ser comedido dessa forma. Não é isso que vai me controlar porque o exagero sou eu, a gargalhada é o que mais me traduz. Gargalhada aqui entendida como o auge do descontrole, o máximo da espontaneidade, o absurdo de achar graça de tudo, até mesmo das próprias desgraças.
Precisei desde pequeno a aprender a viver assim, a ser alegre, a ser forte, a vencer. Agora me vem uma rasteira dessa? Vá tomar no cu! No meu de preferência.
Quando choro porque não posso comer isso, não posso beber aquilo, não é por causa da comida ou bebida que choro, é pela mudança drástica de estilo de vida, é porque de agora em diante terei que ser moderado em todas as situações. Para qualquer outra pessoa pode parecer exagero meu, afinal não é tão grave assim. Conheço poucas pessoas que escolheram ou são do jeito que escolhi ser/sentir, sempre fui o último a ir para casa, sou daqueles que a saideira não acaba nunca, sou daqueles que chora por causa de um beija-flor e amo demasiadamente e sofro e rio e me acabo para no outro dia me reestabelecer.
Agora ta demorado, ta difícil levantar de manhã e pensar que se um dia Cléa vier de São Paulo eu não poderei chorar mais daquele jeito na sarjeta perto de casa, se eu for a Berlin com Tony nunca mais poderei amanhecer o dia no Roses e emendar com a cerveja na hora que acordar, nunca mais um Reveillon em Diogo dançando no chão com Mirella e B, saindo correndo de cadeirinha pro mar, nunca mais uma Parada com Ed em Buenos Aires, Lavagem aqui em casa com Priscila ou até mesmo simplesmente querer comer 2 acarajés e um abará de Ana como todo mundo mais quieto de Sto Amaro faz. Nunca mais véspera de lavagem amanhecendo em Itapema. Nunca mais carne de fumeiro de Makiba. Nunca mais dias seguidos em geraldo com Cate. Noites Pretas com Zunk.
Aí me pergunto. Nunca mais é até quando? Se é pra ser assim, tenho certeza que adiantarei bastante esse nunca mais, só espero que seja sem dor.

3 comentários:

Anônimo disse...

Edu, querido:
Não sei bem o que dizer mas sei que não posso me calar diante da amargura do seu comentário, amargura justa e plena de sentido. Vc está magoado com a vida mas é um lutador e, certamente vai continuar a sê-lo. Deus nos quer felizes, com a gargalhada farta. Se nos sentimos castigados tenha a certeza de que não vem de Deus este castigo. A vida traz, pra cada um de nós, alegrias e tristezas, momentos bons e ruins, mas "quando Deus tira algo de seu alcance, Ele não o está punindo, mas apenas abrindo suas mãos para receber algo melhor. Concentre-se nesta frase ... "A vontade de Deus nunca irá levá-lo aonde a Graça de Deus não pode protegê-lo."Vc tem uma missão muito grande: proteger e cuidar de sua mãe. Pense nisso e tudo o mais encontrará sentido. Não nos esqueçamos que só estamos aqui passando chuva Nossa casa é mais em cima e lá nada nos impedirá de gargalhar largamente, sempre. Enquanto estiver aqui, continue sendo o anjo bom de Dina pq não há nada nem ninguém que possa substituí-lo. Nunca diga nunca mais pq o futuro a Deus pertence e Ele nos ama com paixão.Seja paciente!Espere em Deus!O resultado será benção e benção abundante!
Bjs. Tia Edneusa

Moniz Fiappo disse...

Sem palavras.

Anônimo disse...

Amado, não fique nas reticencias de uma reposta. Não se apresse e nem adie, não desanime! Você não cabe num diagnóstico, seu sorriso não cabe numa garrafa e sua energia o suficiente pra fazer o sol raiar. As limitações não mudarão nem o anjo, nem o capeta que és! Isso nem deus nem ninguém será capaz de mudar! Tim TIM! :)