terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Milles foi para casa

As vezes Milles chega aqui em casa e se aloja bem ao lado da minha cadeira. De conversa gostosa, risada fácil e amor transbordante. Millies é um gato que pula o muro e atravessa montanhas, vem lá de longe pegando carona em nuvens e aterrissa juntinho de mim cheio de boca, dente, abraços. Sinto falta de seu bafo quente de cigarro e roska dobrada em Geraldo, agora eu nem preciso mais estar juntinho.

Milles não cansa de pular a janela e se enroscar entre minhas pernas. As vezes ouve um "Vá para casa, Milles" e sai correndo, se jogando de volta para o seu lar. Ele respeita muito sua vizinha. OPS, eu estava falando de Milles ou da vizinha? Vou recomeçar.

A vizinha de Milles chega aqui em casa e se aloja bem do lado esquerdo de mim. De conversa gostosa, risada fácil e amor transbordante. A vizinha de Millies atravessa montanhas, vem lá de longe pegando carona em nuvens e aterrissa juntinho de mim cheia de boca, dente, abraços. Sinto falta de seu bafo quente de cigarro e roska dobrada em Geraldo, agora eu nem preciso mais estar juntinho. A vizinha de milles foi para casa e deixou a minha vazia de sua presença brilhante. Meu riso, meus pensamentos, minhas graças... A vizinha de Milles deixou uma saudade tão grande que parece ter levado tudo isso com ela. Por incrível que pareça, levou no mesmo dia o meu amor e eu agora estou aqui, sem nenhum deles dois.

A vizinha de Milles sabe das coisas de ser amiga, companheira. Sabe doar-se, sabe cobrar e exigir pequenas coisas que levo na graça e não dou ousadia. É amiga de muito tempo e de lá da capital. Vivemos muito tempo na maior metrópole do mundo, pequena na geografia e gigantesca em causos e personagens, acabamos nos transformando neles também.

Agora ela está lá enxotando gato, dormindo com mãos na parede, recebendo gente fina que aparece em TV e faz essas coisas esquisitas no teatro. Até em video de cantora a vizinha de Milles já apareceu. Se acha toda importante e deve ser por isso que vem rapidinho, faz cócegas no nosso coração, beija e vai embora com promessa de retorno breve.

Eu queria que tivesse sido o próprio Milles a nos deixar, mas é que ele ficou lá embaixo da janela esperando a vizinha voltar.

4 comentários:

Cléa disse...

Não gostei da observação sobre Geraldo. Precisa da tua presença sim, porque sem você não tem graça!!!

Denise disse...

num ir e vir constante de gente e afetos
fica porem a recordação boa e os pelos do gato.

(adorei o nome do bichano)

bom vir aqui,mesmo que eu venha pouco (sou relapsa,desculpe)

carinho

Anônimo disse...

Edu, tô meio confuso, não entendi muito não...rs Mas não é vc. Sou eu que tô com uma dificuldade de compreensão, meio intoxicado de remédio.

Abs

Cintia disse...

Milles tá bem.....confesso que tbm fiquei com um pouco de dúvida no texto...amo gatos e tenho sete crianças em casa! Abraços!Seu blog sempre muito inspirador..