Perdido naquele vale um cara silencioso, solitário, andava com expressão firme, mas delicada. Camisa enrolada na cabeça, tronco peludo, bonito, loiro, bermuda larga e pés descalços. Apenas um livro e uma mochila murcha nas costas. Andava sempre sozinho. Sozinho. Era de pouca conversa, de poucos encontros e alguns carinhos nos animais soltos na praça.
Sentado na beira da rua, lendo sobre plantas medicinais. Precisa compreender as coisas do mundo em que vive, da forma de vicer que escolheu, se defender dos males que podem surgir no seu corpo. Sabiamente escolhe as coisas certas para uma vida sem sustos. Havia paz e felicidade em seu olhar.
Sem desenhos no corpo, peitoral e panturrilhas definidos talvez pelo esforço de trilhas, pelo contato com o sobe e desce das montanhas, no refúgio das rochas e árvores. Há muito tempo está ali e sempre com um sorriso discreto no canto da boca. Observa a agitação dos turistas e se recolhe ainda mais.
O homem jovem é belo, mais ainda pela vida de beleza que escolheu para si. Sem culpa pelo abandono dos demais, sem apreensão e angústias pelas coisas efêmeras. Sozinho é estar feliz. Sua melhor companhia.
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