quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Meia gargalhada, não é gargalhada

Sou uma pessoa fácil de se fazer caricatura, basta desenhar o nariz grande, a careca, as pernas finas e pés pequenos calçados num all star, pochete pendurada no peito e a gargalhada. Sempre foi minha característica gargalhar alto, exageradamente, espalhafatoso. Às vezes isso incomoda e as pessoas enchem o saco pedindo comedimento no sorriso. Impossível!

Outra caracterísctica forte em mim é o "8 ou 80", nunca soube ser "meio termo", "mea-boca", até já escrevi sobre isso aqui no blog. Se falo, falo demais, se rio, rio demais, se bebo... ai nem comento. Se vivo.... vivo demais. Não há coisa melhor para mim do que viver. Me sentir vivo, ativo na vida. Por causa da diverticulite, agora estão colocando na minha cabeça para eu não abusar. Para ser prudente e não exagerar. Como, meu deus, se o que me define é o exagero? Se a música que me traduz é exatamente a do exagerado maior: Cazuza? Se ele é o meu amoir ídolo? Isso quer dizer alguma coisa?

Pois bem, ficar sem me jogar na noitada, não comer a qualquer hora (eu nem sou de comer muito) o que eu quiser, ficar sem meu X-bacon, sem minhas Roskas dobradas em geraldo, sem viver da forma que bem entender, é como dar uma meia gargalhada, e isso não existe. Lógico que falando reduz a situação às coisas (roskas, comida, etc), mas o que falo é estilo de vida, o que eu sei viver e ser, o que escolhi. Não sei ser metade. Como ir para a casa dos outros e ser o chato que não come nada? Como não varar as madrugadas? Ficar o tempo todo com a preocupação em ter outra crise... Que nada!!!

Amanhã iniciarei os preparativos para uma colonoscopia e na sexta farei o exame. A partir dele tudo pode mudar em minha vida e isso me desespera, angustia. Estou tentando fazer graça, gargalhar, colocando na cabeça que nada mudará. Aliás, mesmo se der alguma coisa, algo em mim me afirma que nada mudará, mesmo que para isso a ampulheta corra mais rápido.

3 comentários:

Anônimo disse...

Cada um é cada um. Eu parei de viver dez anos a mil - siceramente, nem era tão a mil assim - e hoje vivo quinze anos a dez. Equilíbrio não precisa ser sinônimo de meia-vida. Pense melhor, ouça seu eu interior, se a escolha for sua, tá valendo.
Abçs

Bernardo Guimarães disse...

ria, rei-branco, ria alto e muito! sempre.

Non je ne regrette rien: Ediney Santana disse...

não sou de ri muito, sou mais para falastrão( sem o cão pelo meio) ,mas no caso da caricatura, tenho um monte de desenho aqui, meus alunos dizem que pareço desenho animado, então somos pares..
abraços