Ainda há aquele fantasma que resolveu se instalar ali naquele canto de minha casa, me olhando fixamente como anão de jardim, sorriso de falsidade, metendo medo quando falta luz. As sombras provocadas pelas veleas acesas me lembram a brincadeira de criança no sítio quando aproveitávamnos para fazer bichinhos nas paredes. Um no colo do outro, dente de leite, janelinha na boca e as cócegas, muitas cócegas incentivando a gargalhada.
Hoje a casa tem menos alguns moradores e ele que era um dos grandes não aparece nunca mais. Outros fantasmas agora brincam tímidos no hall da casa como a menina do lado fazia misturando as massinhas de modelar, jogando papel de bala pelo muro. Nunca mais barulho de carro na garagem, nunca mais estrondo de porta batendo com violência e nunca mais aquele medo.
São tantos os mortos, são tantas as formas de se morrer... Ainda há fantasmas de gente que nem se foi ainda. Ainda, mas que irá. Irei.
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