sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Eu morria

Nesse dia que eu quis morrer

E eu, quase, morria

Não pude te ver

Não te sentia

Fumei um cigarro atrás do outro

Para ver se trazia teu gosto, teu cheiro

E eu não trazia

As coisas estavam amenas demais

E tudo em você é mais intenso

Em você sou mais forte

E eu não me percebia

Chorei com a possibilidade de morte

Com o etéreo, o finito da vida

Cheio de dor, sem comer, sem dormir

Eu vivia

Anulando as pernas que já são nulas

Numa rua que não era a tua

Eu me perdia

Perdi todo o brilho

Que já, há muito, te pertencia

Eu era um tipo de lua

Mas nunca mais cheia

Murcha talvez

Havia apenas um filete de luz

Um brilho distante

Eu cantava mal, meu bem!

E Gal sorria

“Eu sou uma fruta gogóia...”

Ela era tudo

E eu que já era um nada

Morria

3 comentários:

Anônimo disse...

Edu, edu! Belo, belo!

Gerana Damulakis disse...

Que bom q vc voltou, Edu!
E já foi chegando com poesia, densa e forte.
Bjo.

- Luli Facciolla - disse...

E eu, morrendo... de saudade!!!

Beijos