Foto Uran Rodriguez
Alô! É do 102?
Eu gostaria de saber uma coisa:
Você viu meu amor? Onde ele está?
Ah! Vocês não dão esse tipo de informação!
É que eu pensei que o serviço de informações fosse para qualquer coisa.
Então tá! Desculpe!
Mas olhe, é que eu estou tão só! E não sei para onde ele foi.
Acho até que nem vai voltar!!
Me responda só isso: você acha que ele volta? O que é que eu faço, hein?
Eu estou te atrapalhando, né? Desculpe de novo, tá? Tchau!!
Simpática! Grossa!
Cavala! Estúpida!
Se não sabe trabalhar pede demissão minha filha!
O que é que é isso! É brincadeira, né?
Não sabe dizer onde uma pessoa está!
É uma questão básica!
Pelo amor de Deus! Nem que a cidade fosse gigantesca!
É não é tão pequena assim!
Mas bem que ela poderia me dizer pelo menos isso,
Não ia custar nada!
É porque ela não sabe o que é estar só!
Eu não aguento mais olhar para a cara desse relógio, dessa porta, muito menos para a cara dessa televisão!
É sempre assim: relógioportatelevisãorelógioportatelevisãorelógioportatelevisão
É uma rotina chata!
Eu até tentei diversificar um pouco fazendo bolinhas de meleca, mas não agradou muito
E no mais acabaram logo.
Estou sem saber o que fazer
Alguém com certeza diria: “Vai pegar um livro para ler!”
E eu com toda paciência do mundo iria responder: “Se fosse para ouvir era rádio!!”
Oh! Porque livro para ler é óbvio, tanto quanto ler alguma coisa nesse meu estado fica difícil.
Não consigo assimilar nada!
Tentei desenhar, pintar, fazer alguma coisa assim,
Mas só saía o rosto de meu amor e ainda por cima deformado!
Nunca consegui atingir aquele tom dos olhos,
A curvinha que ele faz na boca,
As sobrancelhas,
O sorriso!
Então joguei tudo fora!
Eu até coloquei nossa música no repeat.
(Ah! Cazuza, você sempre meu cúmplice!)
E cantei o dia todo: “Quando a gente conversa... Nessa novela eu não quero ser o seu amigo... Eu preciso dizer que te amo...”
Eu cantava como uma forma de oração,
Eu cantava rezando, pedindo que ele chegasse,
Que ele voltasse para mim.
Logo eu que esqueci como se reza, pedi a Deus que trouxesse meu amor.
Mas acho que Ele se esqueceu da minha voz,
Ou então está muito ocupado e não vai perder tempo com um descrente como eu.
Não me enxerga, não quer me ouvir!
Se eu conseguisse dormir!
Mas acabei todos os calmantes!
Já sei! Acho que vou lavar os pratos!
A gente sempre reflete lavando pratos,
Fica ali parado, mexendo com água,
A água acalma, é o que dizem!
No mais posso pensar em alguma coisa legal para fazer enquanto estou na pia...
Foto Uran Rodriguez
.................................
Você chegou!
Graças a Deus!
Eu já lavei os pratos estava esperando você chegar para enxugar.
Não, enxugar os pratos não!
Enxugar minhas lágrimas.
Foi. Eu estava chorando.
Ah! Não sei por quê!
Hein! Ah! Pára de tanta pergunta!
É que eu estava com medo.
Ah! Não sei! Medo de que! Medo de que?
A gente está tão bem, né?
É que por uns momentos eu achei que você poderia não voltar.
Eu olhei para tuas coisas: tua cadeira, tuas gavetas, teu copo...
Vi tudo tão vazio...
É, devem ter sido as lágrimas, elas sempre confundem.
Mas eu fiquei com muito medo.
E se você cansou da minha voz!
Se minha comida, meu sorriso não mais te agradam!
Se nossa cama ficou pequena demais e só me resta o chão!
Não, não é paranóia, não!
Acontece, isso pode acontecer,
Se nós que nos julgamos eternos acabamos, quanto mais o amor,
Ele é muito vulnerável e impaciente.
Se você encontrou outra pessoa na rua,
Se seus olhares se cruzaram,
Você pode muito bem ter se apaixonado por ela.
Ah! Eu não quero nem pensar!
Está vendo! Aconteceu alguma coisa, sim!
Você nem me beijou!
Esse beijo eu não quero,
Esse beijo não vale!
Eu beijava minha mãe assim!
Eu quero é língua com língua
Língua com pêlos
Língua com sexo
Por falar nisso, ele saiu e nunca mais voltou.
Ele, o sexo! Eu nunca mais o vi aqui em casa.
Ah! Pára meu amor! AAII!!! Pára!
No cangote você sabe que eu morro!
Páraaa! AAII!! UUII!!
PáraaAAII! Esse maldito telefone!
Alô! Oi mãe é engano!
Não mãe, sou eu mesmo, mas a senhora ligou errado!
O que? Oh! Mãe desculpe!
Parabéns! Não precisa chorar, né mãe?
Eu nunca esqueci teu aniversário! Desculpe!
Eu sei que a senhora só tem a mim, mas é que eu também
Só tenho a mim!
Olha, eu estava indo fazer um jantar
Esperando uma pessoa
Venha jantar comigo.
Não, a senhora não vai atrapalhar!
É que eu estava esperando por alguém que nunca vai aparecer.
Então a gente comemora teu aniversário
Com jantar a luz de vela, vinho, sobremesa
Vem logo, não demora!
Um beijo!
TCHAU!
É enlouquecedor passar a vida sem ter sido amado!!
Alô! É do 102?
Eu gostaria de saber uma coisa:
Você viu meu amor? Onde ele está?
Ah! Vocês não dão esse tipo de informação!
É que eu pensei que o serviço de informações fosse para qualquer coisa.
Então tá! Desculpe!
Mas olhe, é que eu estou tão só! E não sei para onde ele foi.
Acho até que nem vai voltar!!
Me responda só isso: você acha que ele volta? O que é que eu faço, hein?
Eu estou te atrapalhando, né? Desculpe de novo, tá? Tchau!!
Simpática! Grossa!
Cavala! Estúpida!
Se não sabe trabalhar pede demissão minha filha!
O que é que é isso! É brincadeira, né?
Não sabe dizer onde uma pessoa está!
É uma questão básica!
Pelo amor de Deus! Nem que a cidade fosse gigantesca!
É não é tão pequena assim!
Mas bem que ela poderia me dizer pelo menos isso,
Não ia custar nada!
É porque ela não sabe o que é estar só!
Eu não aguento mais olhar para a cara desse relógio, dessa porta, muito menos para a cara dessa televisão!
É sempre assim: relógioportatelevisãorelógioportatelevisãorelógioportatelevisão
É uma rotina chata!
Eu até tentei diversificar um pouco fazendo bolinhas de meleca, mas não agradou muito
E no mais acabaram logo.
Estou sem saber o que fazer
Alguém com certeza diria: “Vai pegar um livro para ler!”
E eu com toda paciência do mundo iria responder: “Se fosse para ouvir era rádio!!”
Oh! Porque livro para ler é óbvio, tanto quanto ler alguma coisa nesse meu estado fica difícil.
Não consigo assimilar nada!
Tentei desenhar, pintar, fazer alguma coisa assim,
Mas só saía o rosto de meu amor e ainda por cima deformado!
Nunca consegui atingir aquele tom dos olhos,
A curvinha que ele faz na boca,
As sobrancelhas,
O sorriso!
Então joguei tudo fora!
Eu até coloquei nossa música no repeat.
(Ah! Cazuza, você sempre meu cúmplice!)
E cantei o dia todo: “Quando a gente conversa... Nessa novela eu não quero ser o seu amigo... Eu preciso dizer que te amo...”
Eu cantava como uma forma de oração,
Eu cantava rezando, pedindo que ele chegasse,
Que ele voltasse para mim.
Logo eu que esqueci como se reza, pedi a Deus que trouxesse meu amor.
Mas acho que Ele se esqueceu da minha voz,
Ou então está muito ocupado e não vai perder tempo com um descrente como eu.
Não me enxerga, não quer me ouvir!
Se eu conseguisse dormir!
Mas acabei todos os calmantes!
Já sei! Acho que vou lavar os pratos!
A gente sempre reflete lavando pratos,
Fica ali parado, mexendo com água,
A água acalma, é o que dizem!
No mais posso pensar em alguma coisa legal para fazer enquanto estou na pia...
Foto Uran Rodriguez
.................................
Você chegou!
Graças a Deus!
Eu já lavei os pratos estava esperando você chegar para enxugar.
Não, enxugar os pratos não!
Enxugar minhas lágrimas.
Foi. Eu estava chorando.
Ah! Não sei por quê!
Hein! Ah! Pára de tanta pergunta!
É que eu estava com medo.
Ah! Não sei! Medo de que! Medo de que?
A gente está tão bem, né?
É que por uns momentos eu achei que você poderia não voltar.
Eu olhei para tuas coisas: tua cadeira, tuas gavetas, teu copo...
Vi tudo tão vazio...
É, devem ter sido as lágrimas, elas sempre confundem.
Mas eu fiquei com muito medo.
E se você cansou da minha voz!
Se minha comida, meu sorriso não mais te agradam!
Se nossa cama ficou pequena demais e só me resta o chão!
Não, não é paranóia, não!
Acontece, isso pode acontecer,
Se nós que nos julgamos eternos acabamos, quanto mais o amor,
Ele é muito vulnerável e impaciente.
Se você encontrou outra pessoa na rua,
Se seus olhares se cruzaram,
Você pode muito bem ter se apaixonado por ela.
Ah! Eu não quero nem pensar!
Está vendo! Aconteceu alguma coisa, sim!
Você nem me beijou!
Esse beijo eu não quero,
Esse beijo não vale!
Eu beijava minha mãe assim!
Eu quero é língua com língua
Língua com pêlos
Língua com sexo
Por falar nisso, ele saiu e nunca mais voltou.
Ele, o sexo! Eu nunca mais o vi aqui em casa.
Ah! Pára meu amor! AAII!!! Pára!
No cangote você sabe que eu morro!
Páraaa! AAII!! UUII!!
PáraaAAII! Esse maldito telefone!
Alô! Oi mãe é engano!
Não mãe, sou eu mesmo, mas a senhora ligou errado!
O que? Oh! Mãe desculpe!
Parabéns! Não precisa chorar, né mãe?
Eu nunca esqueci teu aniversário! Desculpe!
Eu sei que a senhora só tem a mim, mas é que eu também
Só tenho a mim!
Olha, eu estava indo fazer um jantar
Esperando uma pessoa
Venha jantar comigo.
Não, a senhora não vai atrapalhar!
É que eu estava esperando por alguém que nunca vai aparecer.
Então a gente comemora teu aniversário
Com jantar a luz de vela, vinho, sobremesa
Vem logo, não demora!
Um beijo!
TCHAU!
É enlouquecedor passar a vida sem ter sido amado!!
Foto Uran Rodriguez
4 comentários:
Ei! Você ficou um tempo sem escrever e eu um tempão sem ler...
Lindo texto, Edu! E lindas fotos do post "Aguarrás" e do "Borboleteando"
Beijos
Essa sexta agora estarei lá,no Gamboa,pra fazer ter-a-pia!rs Pode deixar que levarei o detergente!rs
Beijos e inté!
Irei amanhã!rs Mila ficou no "vamos marcar" hoje!rs
Beijo e inté amanhã!
Edu, eu adoro um amor assim: louco, desvairado, paranoico. Mesmo que seja na imaginação. Morno, para mim, só banho!
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