Ontem foi o último dia do encontro com os amigos do Artmacadam (Will, Marielle, Kinga e Helene). Convivemos durante 16 dias numa troca mais do que profissional, uma troca de vida, convivência de existências.
O ruim do projeto Euphorico sempre é a despedida e o vazio que surge no aeroporto a cada partida. Meu corpo sem conseguir chorar o que gostaria respondeu imediamente e desde ontem à noite estou febril, com a garganta doendo, corpo mole, sem preenchimento.
Boneca de pano sem algodão, sem isopor, sem retalhos...
É muito difícil encontrar na vida pessoas que te transformem dessa maneira, cabeças criativas e corações afetivos na grandiosidade dessas pessoas. O Euphorico é, na verdade, uma grande metáfora da vida, das relações humanas, das inconstâncias e, mais ainda, uma postura política. Sem isso seria inútil, seria mais um projeto de dança para se pesquisar movimentos e propostas artísticas. Não, no Euphorico essas coisas são consequência da cumplicidade, do amor, da troca, do acolhimento...
Ainda bem que ficou comigo a minha mestra, amiga e cúmplice Fafá, porque sem isso não me sobraria nada a não ser o desejo de ser artista e produzir... mas como? Sozinho não se consegue seguir muito adiante. É preciso uma mão amiga e sábia que te acompanhe nas escolhas e te faça refletir/fazer a verdade, a sua verdade.
Foto de Nei Lima
O bom é saber que dentro desse processo cada um pinga no outro um pouco de si e essa gota se espalha no sangue como um pacto e pulsa no coração à espera do próximo ano, para começar tudo de novo.
Foto de Miriam
e o que é um espetáculo sem platéia? Tivemos a sorte de ter um público como o de Plataforma, com teatro cheio todos os dias e participante, dando à nossa improvisação elementos enriquecedores para uma produção das melhores que já fizemos.
Sem a produção de Cate sabemos que não teríamos o êxito que tivemos. A ela meu carinho mais do que especial, porque não me deixou sentir sozinho nesse turbilhão chamado Setembro em minha vida e pelo alimento diário.
Hugo, apesar da pouca presença, nos ensinou bastante a refletir sobre trabalho em grupo.
à Fundação Cultural, espeicalmente Lúcia Matos, meu agradecimento pelo apoio e credibilidade no nosso trabalho.
a mainha, Pá e Rudá, meu amor e agradecimento pela paciência de minha bagunça e falta de horário.
aos amigos, minha desculpa pela ausência.
A mesma rosa amarela
(Capiba / Carlos Pena Filho)
Você tem,
Quase tudo dela,
O mesmo perfume,
A mesma cor,
A mesma rosa amarela,
Só não tem o meu amor.
Mas nesses dias de carnaval,
Para mim você vai ser ela,
O mesmo perfume a mesma cor,
A mesma rosa amarela,
Mas não sei o que será,
Quando chegar a lembrança dela,
E de você apenas restar,
A mesma rosa amarela
Quase tudo dela,
O mesmo perfume,
A mesma cor,
A mesma rosa amarela,
Só não tem o meu amor.
Mas nesses dias de carnaval,
Para mim você vai ser ela,
O mesmo perfume a mesma cor,
A mesma rosa amarela,
Mas não sei o que será,
Quando chegar a lembrança dela,
E de você apenas restar,
A mesma rosa amarela
PS- Clicando no título ouve-se esta música na voz de Junio Barreto
2 comentários:
Oi Edu, passei aqui e lé mais uma vez seus textos tão bem escritos. Bjs
Edu, você transpira arte e arte é acolhedora, amorosa, transparente, provocante, instigante e muito mais.
Gosto do seu toque, de suas palavras, da sua gargalhada!
Incrível, acontecem umas coincidências conosco(agora mesmo escrevendo para você e você me liga!!)
No dia que fomos para plataforma cada qual num horário, olha quem estava na minha frente lá na cidade baixa? Cate, outro dia a mesma coisa com Fafá!Acaso existe?Ummmmmm!Tudo que construimos nestes dias foi fruto de muita vontade, disponibilidade e amor pelo que nós fazemos Edu.
Na nossa pesquisa refleti muito quanto estas zonas de risco que nós nos apropriamos para cena são capazes de florescer zonas de conexões e potências criativas.
Cada nova experiência diária re(organizou) meu fazer artístico imbricado de experiências cotidianas, que favoresceu toda minha produção criativa, abrindo caminhos para experiências singulares através da aprendizagem nas oficinas e conseqüentemente apropriação das informações e imagens trazidas pelo coletivo.
Buscamos um caminho para novos territórios de experiências singulares............Enfim.
Edu, é Edu, é Edu é Edu............................Ó!!!!!!!!!!!!Delícia!
Beijos
Iara Cerqueira
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