quinta-feira, 7 de junho de 2012

Quando se morre a carne

Ali, no dedilhar do violão nota-se a unha não roída, a carne não ferida, a cutícula não estraçalhada. Naquele dia de alto violão via-se a pele limpa, barba feita, dentes escovados e sobrancelhas penteadas. As roupas bem passadas, cheirando a amaciante. Os sapatos lustrados. O bafo sem cigarro, nem bebida indicava o quanto eu o fazia mal antes de nos deixarmos.
Depois de mim a carne podre curou-se e eu ainda aqui chorando em espanhol a canção-carne que nunca ouvi.

Um comentário:

Bípede Falante disse...

Título mais impressionante!

Post impressionante.
Nada sobrevive sem a carne. Ou de um, ou de outro. Ou de muitos.

Beijoss :0