Chegar também é viagem. Mala carregada de lembranças, memórias, experiências que pesam no corpo, nos olhos que lacrimejam e derramam. Os abraços de chegada, os olhares da partida e a certeza de que se volta a voar em breve, brevíssimo corpo cansado de partir-se. Breves novos encontros, novos reencontros e de volta as partidas e as chegadas.
A ausência na viagem guarda segredos em que o fio do amor fica conectado e aperta o peito lá de longe pelo acontecido aqui perto que naquela ocasião era também o distante. Coração. Coração. Coração que não aguenta dores, aperta veias, treme, treme, treme e chora. Desesperadamente querendo voltar.
Tudo vira caricatura. Ampliados, agigantados detalhes pelas faltas que se sente. A falta do gosto do pão quente, do abraço ajoelhado no sofá, na conchinha do colchão amado, dos risos do moleque correndo pela casa, do afeto da irmã ao telefone. A ajuda na rampa do prédio com aperto de mão sorrindo, a xícara ao lado do computador na tarde diária de quem faz nosso alimento com cuidado e carinho, as marchas que me levam aos lugares desejados e sempre a volta, a chegada chorada de sempre.
Chegar dessa vez foi uma viagem!
3 comentários:
Que texto lindo, Edu. Ritmado, poético, LINDO. Bjs
Edu, que percepção incrível de viajar, de estar de volta ao ponto de partida encontrando nele outro estação, outra vida.
Amei :)
beijos
A vida é uma viagem fragmentada! Aiiii...essas viagens...
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