segunda-feira, 16 de maio de 2011

Chegar também é viagem

Chegar também é viagem. Mala carregada de lembranças, memórias, experiências que pesam no corpo, nos olhos que lacrimejam e derramam. Os abraços de chegada, os olhares da partida e a certeza de que se volta a voar em breve, brevíssimo corpo cansado de partir-se. Breves novos encontros, novos reencontros e de volta as partidas e as chegadas.

A ausência na viagem guarda segredos em que o fio do amor fica conectado e aperta o peito lá de longe pelo acontecido aqui perto que naquela ocasião era também o distante. Coração. Coração. Coração que não aguenta dores, aperta veias, treme, treme, treme e chora. Desesperadamente querendo voltar.

Tudo vira caricatura. Ampliados, agigantados detalhes pelas faltas que se sente. A falta do gosto do pão quente, do abraço ajoelhado no sofá, na conchinha do colchão amado, dos risos do moleque correndo pela casa, do afeto da irmã ao telefone. A ajuda na rampa do prédio com aperto de mão sorrindo,  a xícara ao lado do computador na tarde diária de quem faz nosso alimento com cuidado e carinho, as marchas que me levam aos lugares desejados e sempre a volta, a chegada chorada de sempre.

Chegar dessa vez foi uma viagem!

3 comentários:

Lidi disse...

Que texto lindo, Edu. Ritmado, poético, LINDO. Bjs

Bípede Falante disse...

Edu, que percepção incrível de viajar, de estar de volta ao ponto de partida encontrando nele outro estação, outra vida.
Amei :)
beijos

Talita Avelino disse...

A vida é uma viagem fragmentada! Aiiii...essas viagens...