de Bípede Falante
Tu ignoras os meus contornos e os meus movimentos e não me eleges tua primeira bailarina e, mesmo assim, me descortinas com esse teu sopro de palco e tu ignoras a razão do meu suor e o confunde com cansaço e me pensas exaurida porque tremo e porque tarda a hora e eu, tonta e descompassada, não termino a coreografia porque o que me prende e transpira não é a dança nem a água, e, sim, a tua presença sobre esse par de rodas que giras feito um planeta em direção a um outro par de sapatilhas.
Microconto escrito para O Corpo Perturbador
Amei este conto porque vi muito de mim ali. Bípede disse que pensou na minha dança. Pensou e fez lindamnete.
2 comentários:
Edu, você é tão querido :)
beijos...
Quanta poesia há nos olhos da bípede! Seus porquês me encantam.
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