Sou um travesti caquético. Caco de dente na frente. Pêlos na cara. Nenhum amor. Fiz a vida que me coube fazer. Sobrou-me a peruca da Marrilyn. Puta gostosa que partiu com um coreano montado no aqué.
Meu corpo não deu muito pro gasto. Meu pau demorou a subir. Todos sabem que ocó gosta mesmo é de receber na bunda. Fica todo molinho pruma mulher comer seu cu. Eu que só queria dar, me estrepei. Travesti burra morre que nem eu.
Esse corpo de homem peludo: cara, braços, bunda, barriga, pernas... Pernas de cambito que ninguém aguenta ver. Fui ficando torta de vergonha de mim. Agora só me restou a peruca da Marrilyn. Hoje acordei como ontem. Sei que será mais um dia feliz. E que venha doce.
Fotos de Stéphany Mattanó
Ah, se eu fosse Marrilyn Monroe! é uma pesquisa iniciada em Itacaré, no Projeto do Ar, promovido pela Cia Pensamento Tropical, período de 17 a 27 de Maio, com a assistência de Débora Motta e Cathy Pollini.
4 comentários:
Sensacional. Inusitado, sensível, muito humano. Parabéns.
Como falaria em outros locais
A-HA-ZZOU BEEE-SHA
HUAHuHA
Parabéns Edu o/
Interessantíssimo projeto. Como ela era uma leitora voraz, ocorreu-me que ficaria bacana experimentar ser M.M sentando em uma cadeira feita de livros.
Edu, coloque mais para a gente ver!
Bacana, Edu. Adorei o tema e vc escreveu um texto e tanto. E adorei as fotos.
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