O que eu mais gosto
em Odete é ela ser exatamente o que é e ser cuidado. Lembro daquele abraço em
silêncio num dia de dor, daquela casa escura de comida deliciosa, café e
jornal. Lembro do convite e do grude embolado. Das mãos em L e das lágrimas de
Débora.
Hoje,
Odete me mandou um presente. Sim, a verdadeira, a francesa.... Para quem não
lembra, eu contarei novamente:
Num almoço em casa de uma família tradicional, na hora do
café, depois de todo ritual da refeição francesa, a matriarca pede a empregada:
“Odete, traga meus mortos!”. Incrédulo, com expressão assustada, fui informado
que este pedido tornou-se habitual daquela senhora que lê diariamente o
obituário do jornal enquanto toma seu cafezinho. Sua preocupação é saber se
algum conhecido faleceu e observar a forma como foram escritas as informações
sobre os óbitos, sempre discordando e dizendo que não quer o seu daquele jeito.
Então, começa a descrever como gostaria que divulgassem sua morte, a foto que
deve ser colocada, a roupa e como as pessoas devem agir no seu funeral... Este
momento que poderia ser tenso, triste, acaba se tornando divertidíssimo, com
muitas risadas.
Pois
bem, hoje, ganhei de presente metade do avental de Odete e uma carta linda.
Quase uma confissão.
Odete
tem dessas e é tão simbólico ganhar metade de alguma coisa, principalmente no
caso de Odete que fala sempre da falta de algo, da ausência, de alguma coisa,
pessoa ou lugar que ficou para trás...
Minha
querida, nunca se perca de mim!
E
não esqueçam que dia 30-11, às 19h, terá Odete, traga meus mortos, na Escola de
Dança da UFBA, como parte do Mini-Festival DE SOLOS E COLETIVOS que acontecerá
de 29-11 a 02-12.
foto de Gabriel Guerra
2 comentários:
Que maravailha!!!! Como você ganhou amado?! Odete divaaa! AMO!
Cartas, bilhetes, uma linha, uma palavra são sempre o melhor presente!
beijos :)
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