quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Lenço de papel

Havia dias se esforçando para conseguir dormir. A insônia o visitava diariamente e não adiantava remédios, leituras, filmes.... nada! Visitas chegaram tentando alegrar seus dias, suas noites e todos dormiam satisfeitos, menos ele.

A outra tambéms em conseguir dormir, dava corda em caixa de música tentando embalar sonhos ou seriam pesadelos dos dias passados e regados a desprezo, abandono, tristeza? A música ninou seu corpo que tombou no sofá como se estivesse em coma. menos ele.

A bunita se esbaldou nos baldes e cansada dormia pregada no quarto. Menos ele!

Todos tomavam goles e mais goles de tritezas e conseguiam adormecer, menos ele. Quendo enfim, o corpo vencido pelo cansaço estrondoso, repousa sobre o lençol cheiroso e sente o coração pulsar na realização do sono, o telefone toca, insiste, grita, esperneia. Ele com ímpetos de jogar aquele objeto longe, atende assustado, com receio de tragédia:

"Oh meu rei, veja se você acha meu lenço de papel que deixei cair na sala!"

A raiva tomou conta daquele homem que há um ano não consegue pregar os olhos e hoje vive zumbi a procura de algo que nunca mais encontrar.

PS- homenagem a Cléa, Vani, Igor e Tiago.

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