terça-feira, 28 de setembro de 2010

Go Home...m

Tudo me leva pra casa
Não sou desistido
Sou é agora mesmo
um homem solitário
trago um amor tão forte
no peito que o jeito
é recolher os cavalos
que de tanto sentimento
tem a vista turva
e quem turva não vê a curva
sem visão
não há estrada
vou pra solidão da casa
encontrar lá
minha orfandade
meu amor partido
Grande e diminuído
faço em casa o contra-ponto dalua
que cresce na madrugada
Nesse sentido
é que sou levado
solidão é estado
de excesso de ser por dentro
de modo que sobra nada para o de fora
Na hora, resta bater em retirada
ao lar, à invernada
dar entrada ao que já entrou
Resta permanecer no donde não se saiu.
Voltar
só é pra quem partiu.

(Elisa Lucinda)

As vezes preciso recorrer ao que outra pessoa já disse por me traduzir perfeitamente. O que eu não seria capaz de fazer com minhas próprias palavras.

Elisa Lucinda, Adriana Calcanhoto, Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante, Cazuza, Drummond, Mabel Veloso... acho que eles se escondem atrás da cortina, a noite, e espiam meus sonhos e medos e alegrias e desejos e depois escrevem sobre eles.

2 comentários:

Gerana Damulakis disse...

É assim mesmo para todos nós que apreciamos a palavra escrita.

Anônimo disse...

Passarinho me contou que você é uma ótima companhia. Curta-se.