sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O dia do vexame

Houve um dia em que ele bebeu demais num dia como hoje. Aliás era uma véspera do dia de hoje e era uma festa. Comemoração de outra vida, longa vida que ainda é, ainda existe. A bebida misturada a euforia e saudade não poderia dar em outra coisa a não ser vexame. Choro gritado, queda, vômito, briga. Lágrimas até secar o copo de cerveja que já era uma grade em suas mãos. Precisava esquecer as faltas, as saudades, a dor das perdas. Nada justifica o vexame, mas também ninguém sai de casa dizendo "hoje eu vou me envergonhar de mim mesmo". Era uma festa, pensou em se distrair para esquecer o luto. Misturou tudo que passava tristeza/alegria/desejo/conhaque/cerveja/champagne..... Caiu no meio da rua..... Quando caiu em si não levantou a cabeça que doía de dor e vergonha. Uma ressaca de saudade que dura até hoje quando pensa em comemorar os encontros que a vida proporcionou e tirou.

- Um texto "chinfrim" para dizer que até hoje sofro de saudade de meu avô que festejaria aniversário hoje e de outras coisas também.

2 comentários:

Anônimo disse...

Não sofra, Edu. Tenha esperança de que no dia certo vocês se reencontrarão. As saudades são legítimas, o sofrimento afeta a ele inclusive. Converse com ele. Esteja em que dimensão estiver, ele te ouvirá.
Abs

Gerana Damulakis disse...

É uma dor ( a das perdas dos que amamos) que se torna parte de nós.