Olhos vermelhos de fúria, dentes travados cantarolando a música da ligação a cobrar "ta rã ta rã... diga seu nome e o lugar de onde está falando". Tá na casa do caralho!
Os passos pesados, raivosos, pés firmes que seguiam sem ajuda dos olhos que já não viam por onde ia. Dispersou-se numa bundinha preta arrebitada embaixo da marquise de um supermercado. Calcinha enfiada, camiseta de propaganda surrada, papelão. O pau ameaçou subir, mas o pé seguiu.
O ouvido tentava lembrar o que aquela voz de trote falava ao telefone, de onde estava vindo, o que acontecia, com quem?
Viu-se sozinho em casa, babando o sofá, esperando por ela.
Telefonetrotecornovizinhovingançaruabundafaca.
A mão sangrando a lâmina de lágrima que não escorria. O pé estancou. A chuva desabou levando a insensatez.
6 comentários:
ducacete, edu!!!
gostei pá caraio!
Eita, Du. (Quem diz agora sou eu...).
Gostei prá porra...
A-D-O-R-E-I!!! Arrasou!
Bacana.
Ih, Edu, eu acho que você tava muitcho loco quando escreveu este texto...
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