terça-feira, 3 de março de 2009

As bolas de sabão

Foto de Guilherme Sanches encontrada na internet

Ninguém segura uma bola de sabão. Se tentamos dominá-la, transforma-se imediatamente em passado, lembrança. O menino soube disso na primeira vez que encontrou uma e olhava encantado, como hipinotizado por aquela mistura de sabão, água e ar. Combinação de sutileza ímpar, lindeza e infância.
Pensei em quantas crianças nunca viram uma bola de sabão e nunca verão. Pais ocupados, outros modernos, provavelmente tecnológicos, não viverão a emoção que vivi hoje com o pequeno que apareceu aqui em casa e mudou nossas vidas, trazendo tanta felicidade e emoção como esta.
Uma simples bola de sabão foi a causa de minha comoção e pensamento na infância e suas belíssimas sutilezas e simplicidades.
Uma bola de sabão, imagine só, foi uma oração voando pelos cantos do quarto, um encatamento que jorrava daqueles olhos estupefatos do bebê que não tinha sido ainda apresentado àquela brincadeira tão besta e, a partir de hoje, tão transformadora em nossas vidas. Hoje compartilhamos uma coisa que não sei explicar, mas que nos uniu ainda mais.
O bebê não tinha me reconhecido desde que cheguei da viagem onde fiquei quase duas semanas longe, mas depois da bola de sabão voltamos a ser cúmplices. Sei pelo olhar de companheiro que ele me lançou. Eu um bebê grande se encantando com os ensinamentos do caçula de 7 meses.

2 comentários:

Bernardo Guimarães disse...

que coincidência! ontem me acabei com a alegria de iara que viu sua primeira bola de sabão. que momento!...

Bonecaria disse...

Essa estrutura delicada que carrega tanto amor de um Bebê para outro, de um ângulo da sala a outro, de uma vida a outra, como é lindo ver tamanho amor!!!!