A TVE me convidou para dar uma entrevista sobre a questão das pedrinhas portuguesas. Amanhã estarei, à tarde, no Porto da Barra para falar sobre o que penso a respeito da retirada dessas coitadas da orla da Barra. Eles querem ouvir opiniões diversas sobre o tema. Estive pensando o que e como direi sobre essa grande polêmica soteropolitana.
Aceitei o convite num impulso, achei que seria bom falar a mais pessoas minha opinião, confrontar com outros pensamentos, entender um outro argumento... sei lá, aceitei. Hoje me deu uma preguiça, um cansaço de entrar nessa briga numa proporção maior. Estou me sentindo como aquela vizinha que se mete na vida do casal ao lado, que dá sua opinião sem ser chamado. Eu que não tenho relação nenhuma com Salvador, eu que considero esta cidade ingrata e penso que Salvador não ama ninguém, vou meter meu dedo nesse angu para que?
Quando escrevi sobre o tema era somente para dizer isso: que não queria entrar na briga, que tinham outras coisas mais urgentes para me preocupar, mas sem querer acabei cutucando a onça e lá vou eu me meter numa coisa que não é minha.
Me deu uma saudade do tempo em que minha única preocupação era em tirar 10 e passar na terceira unidade. Tempo em que nem as coisas mais sérias que aconteciam diretamente em minha vida me causava tanto incômodo. Acho que essa sensação em relação a Salvador é o resto de mágoa que guardo desde o caso do Procon e sinto que desde então algo em mim morreu, algo em mim se tornou triste, amendrontado. Não quero mais brigar com esta cidade, queria esquecê-la e voltar aos macios paralelepípedos de Santo Amaro, ao aconchego do meu lar.
4 comentários:
Edu!
Todo dia passo aqui, olho o blog, me apaixono pelo que escreve... Só hoje tive coragem de deixar recado...
Te descobri no blog de Maria Sampaio e de Bernardo que também frequento e amo!
E fiquei bem feliz de saber de mais uma pessoa que escreve pela madrugada!
Beijos desconhecidos!
Edu,
espero que esta lhe encontre antes da entrevista. queria só lhe dizer uma coisa, a cidade em si nao tem culpa de nada, as pessoas que fazem a cidade sim. se deixamos que a maioria nos passe por cima, aí sim seremos vítimas, assim como a própria cidade. pedras, tijolos, mendigos, pobreza, miséria e tantas outras coisas sao tao vítimas da ignorância quanto mesmo os prórpios ignorantes. é uma luta contra os moinhos de vento? talvez, mas quanto mais nós os enfrentarmos mais fortes estaremos.
você acha porque moro na Alemanha, em Berlin, que nao passo por também por estas e outras, infelizmente a ignorancia é o pior mal, o pior dos virús que corrói o mundo.
nunca deixo de abrir a minha boca e de gritar pelos meus direitos. e se nao der pra falar a lingua, costuro umas gilletes na bainha e rodo a baiana!
eu também me canso, muito e quase que regularmente. uma coisa eu tenho certeza, você dando esta entrevista nao vai se meter em briga de vizinha, nem vai cutucar a onca que nao é sua.
esta biga também é sua. quem me dera estar por aí agora, que eu já tava com minha baiana pronta e com gilletes até pelas anáguas.
vá lá meu bem e bote pra fuder!
beijins,
m
Edu,
eu escreveria algo se Miro já não tivesse dito tudo. VÁ LÁ, vá com tudo. Beijos Maria
Edu: lembra que dei tilt por causa das pedrinhas? fiquei dividido. Fale, fale tudo que lhe parece. Precisamos ouvir de um tudo um pouco. Ajude a formar minha opinião.
META BRONCA!.
ps: vou ligar a tv pra lhe conhecer; se lembrar, dê um alozinho pra mim! he...he...
Postar um comentário