segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Meu quintal
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Fim de caso
É separar-se de alguns antigos costumes.
Como convencer uma mente que imagina
E pensa ainda no direito a ter ciumes.
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O que mais é difícil, quando um amor termina,
É não mais ter com quem fazer seus queixumes,
É não descobrir qual roupa que combina
Com a essência, com o aroma dos perfumes.
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O que é mais difícil, quando um amor termina
É ver lá fora, o badalar da chuva fina
Como um convite ao quarto aberto em tênue lume.
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Mas de que adianta, fechar cortinas lá em cima,
Se o ambiente...O cheiro...A cama...A luz e o clima
-Tão simplesmente por lembranças se resume!
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Eca em tópicos
domingo, 23 de agosto de 2009
Com as bençãos de Ivete
Não é novidade que meu amor por Salvador vem diminuindo nesses últimos anos. Eu sei que é uma bela cidade, pois já tive oportunidade de conhecer outros lugares do mundo e reconheço que aqui tem um encanto: é uma cidade ensolarada com pessoas que riem muito, falam alto, dançam pagode, arrocha e o que mais tocar, tomando a “brejinha” a qualquer hora do dia para não atrapalhar o serviço.
Acho que nossa relação está desgastada como casamento depois de um tempo. Nunca casei, mas conhecidos que já cometeram essa loucura afirmam que isso é normal e quando chega essa fase temos que nos apegar a Deus.
Pronto, cheguei ao ponto certo, descobri o problema. Eu não acredito em Deus pelo menos não nesses deuses apregoados pelas religiões. Como não peço para eles me ajudarem, eles não se esforçam em melhorar nada. Terei, então, que fundar uma religião e já pensei em tudo, será uma religião tipicamente baiana, genuinamente baiana. Assim vou poder usufruir um pouco mais da minha “querida” cidade que anda tão cara. O custo de vida aqui está na hora da morte.
O templo será móvel montado num caminhão, os louvores têm que descer até embaixo, vamos molhar amendoim na cerveja para o sangue escorrer pelo nosso álcool, a cada celebração usaremos camisetas coloridas com design diferente e tudo ao comando da pastora Ivete que a ela os santinhos ajudam e muito. Afinal, não queremos “preju”, não é?
Pregaremos a paz, a não violência, a tolerância, o respeito, a igualdade, os direitos e, principalmente, praticaremos tudo que falarmos.
OPS! Aí é que começo a me dar mal. Eu ainda não internalizei que para ser religião você tem que dizer uma coisa e fazer o oposto e ainda receber milhões por isso.
É, nem bem fundei meu negócio, já afundei. Que Ivete nos proteja!
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Carta a uma nova amiga
Precisamos conversar. Acontece que eu achava que nada mais tinha jeito. Então vi um anúncio de uma água de colônia da Coty, chamada Imprevisto. O perfume é barato. Mas me serviu para me lembrar que o inesperado bom também acontece. E sempre que estou desanimada, ponho em mim o Imprevisto. Me dá sorte. Você, por exemplo, não era prevista. E eu imprevistamente aceitei a tarde de autógrafos.
Sua, Clarice."
Carta escrita por Clarice Lispector para Olga Borelli pedindo-lhe sua amizade logo após conhecê-la.
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Reflexão urgente
O buraco negro da manipuladura
AUGUSTO DE FRANCO
A DEMOCRACIA surgiu na velha Grécia como um movimento de desconstituição de autocracia. O motivo fundante foi evitar a volta de tiranias como a dos psistrátidas.
Para tanto, foram criados procedimentos e mecanismos que, mal ou bem, cumpriram sua função nos cem primeiros anos da experiência. Reinventado pelos modernos, o software democrático manteve ativa tal funcionalidade. De sorte que, nos últimos dois séculos, as democracias floresceram, e as ditaduras feneceram.
Péricles e seu "think tank" ateniense (o núcleo do "partido" democrático ao qual pertenciam Protágoras e Aspásia) já haviam se dado conta em meados do século 5º antes da era comum que a democracia nascia com um defeito genético: ela não tinha proteção eficaz contra o discurso inverídico. E ainda não tem: contra um Címon jactante ou contra um Sarney resiliente (na mentira), pouco podem as regras da democracia.
Não se deram conta, porém, os fundadores, de que a democracia tinha outro gene defeituoso, que só foi ativado recentemente, após a última onda democratizante do século 20, que sepultou as ditaduras latino-americanas (com exceção de Cuba) e os regimes autocráticos da ex-URSS e do Leste Europeu.
Esse gene recessivo revelou-se como um erro de projeto: a democracia também não tem proteção eficaz contra o uso de procedimentos democráticos (como as eleições) contra ela própria.
O primeiro pensador democrático a antever os efeitos devastadores do uso da democracia contra a democracia foi John Dewey, que percebeu as armadilhas da sua instrumentalização a serviço da conquista do poder de Estado. E o último a teorizar sobre isso com consistência foi, sem dúvida, Ralf Dahrendorf, que constatou que apenas a eletividade não é um critério capaz de garantir a legitimidade dos regimes tidos por democráticos.
O fato é que uma nova onda autocratizante começou a se avolumar após o breve sopro democrático dos anos 80 e 90. Agora as ameaças à democracia não vêm mais das ditaduras clássicas, em que grupos autoritários empalmavam o poder por golpes de força. Não, agora elas vêm de governos eleitos por larga maioria que, depois, ocupam e pervertem as instituições da democracia para controlá-las.
São governos que foram, sim, eleitos democraticamente, mas para conseguir um aval para não governar democraticamente. Suas primeiras providências são perseguir os meios de comunicação e abolir a rotatividade democrática.
São as protoditaduras, como as que se instalaram na Federação Russa, na Venezuela, na Bolívia, no Equador, na Nicarágua. E a inclusão virtual do Paraguai, de Honduras e de El Salvador nessa lista evoca o "efeito dominó".
Pode-se dizer que, com exceção da Rússia, a grande "autocracia do petróleo e do gás", são, todos eles, Estados-nações inexpressivos.
É verdade, mas o problema é que essas protoditaduras são apoiadas politicamente por uma retaguarda importante ("mais civilizada", nem que seja por força da maior complexidade das suas sociedades), composta por democracias formais parasitadas por governos neopopulistas manipuladores, como Brasil e Argentina. Estas representam um fenômeno lateral na nova onda autocratizante, para o qual a análise política ainda não cunhou um termo: na falta dele, caberia designá-las, com perdão do neologismo, de "manipuladuras".
Menos mal para nós que Lula não seja um Putin (agente de um "partido" de assassinos, a KGB, sob o silêncio cúmplice do mundo) ou um Chávez (promotor de uma revolução bolivariana, inclusive financiador de ações de luta armada, também sob o silêncio irresponsável do mundo).
Péssimo para nós que nosso presidente continue prestando apoio político aos próceres do bolivarianismo e a seus pupilos (como agora a esse caudilho Zelaya). Se os governantes de um país importante como o Brasil podem entrar na nova onda autocratizante, mesmo que na sua retaguarda política -e ninguém diz nada, porque, convenhamos, oposição de verdade não há por aqui-, estamos correndo sério risco: nós e as demais sociedades latino-americanas que ainda não tombaram nesse "efeito dominó".
Será apenas uma questão de tempo a degeneração completa das nossas instituições -que, aliás, já começou.
Hoje o Senado, a Petrobras e órgãos de Estado como as agências reguladoras e o Itamaraty, os fundos de pensão, parte das ONGs. Amanhã, quem sabe, outros níveis de governo, demais Legislativos, Ministério Público e Judiciário. Vai tudo ser engolido pelo buraco negro da manipuladura.
AUGUSTO DE FRANCO , 59, analista político, é autor, entre outras obras, de "Alfabetização Democrática". Foi conselheiro e membro do Comitê Executivo da Comunidade Solidária durante o governo FHC (1995-2002).
terça-feira, 18 de agosto de 2009
A desnecessidade do artista

quinta-feira, 13 de agosto de 2009
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Enfim, eu consegui parir!
a Fafá aqui bem de perto, na leitura e conversa
a todos os e-amigos que escreveram comentários
aos que não escreveram
a todos que torceram
atodos que acreditaram
ao desejo
a confiança
a certeza que as vezes duvida
ao choro que me faz sorrir
eu digo:
Enfim, eu consegui parir!
Obrigado a vocês por estarem aqui.
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
É só uma justificativa
Esse negócio de Justificativa em projeto é complicado, viu? Cada um vai escrever maravilhas do porque você escolher o seu projeto e não o meu, por exemplo. Eu também poderia fazer a mesma coisa, mas não sei como tentar te convencer a bancar o meu projeto, sem parecer apelativo e sem cair no discurso convencional que permeia os projetos que contemplam pessoas com deficiência. Eu não saberei convencê-lo. Esse discurso eu não saberia fazer, mas é isso é o que você gostaria de ler? Se eu não colocar isso você entenderia? Como você receberia uma coisa que diz tanto de mim? Que me é tão importante? Que penso ser algo interessante ao outro também?
Cheguei aqui na Justificativa e travei. Travei para tudo! Não consegui nem mais escrever as cenas que estavam idealizadas. O meu subjetivo evaporou quando tive que objetivá-lo. Entrei em crise.
Pensei em falar que é importante patrocinar um projeto ousado, onde uma pessoa que tem um corpo excluído de todas as formas de mídia e esquecido pele senso comum quer expô-lo em praça pública e afirmar que tem muito mais gente interessada em seu corpo do que pensa a média da população.
Mas importante, importante mesmo não é matar a fome, dar educação, comida e condições dignas de vida? Então, minha justificativa vai por água abaixo e eu morro de vergonha. Por outro lado, eu posso te conquistar dizendo que é através dos meus projetos e obras que eu ganho a vida, que eu posso tentar uma vida confortável e ter um trocado para comer. Isso justificaria?
Ou então poderia partir para o discurso da acessibilidade que o próprio governo e MINC vem alardeando, confirmar o interesse crescente da população em projetos com abordagem similar, registrar minha participação em eventos relevantes da arte contemporânea mas como convencer a quem vai ler de que o meu projeto tem valor? Estas pessoas não conhecem meus trabalhos desenvolvidos, nem se interessam muito em ver o que fazemos, todos já tem seus grupos de preferência e o novo tanto faz. Devem ter em mente alguma cena do Criança Esperança, de resultados positivos, demonstrados no pátio da instituição ao som de “você é meu amigo de fé, meu irmão camarada”.
Estou desesperado, por favor, me diga o que poderia falar aqui para justificar ganhar este edital. O tempo é curto, preciso ainda fazer cotação orçamentária, imprimir, pegar documentos dos parceiros, enfim, uma trabalheira danada, mas você poderia me poupar disso tudo se dissesse que meus argumentos te fariam ler com atenção o meu projeto ou não.
domingo, 9 de agosto de 2009
E tome obra, tome obra
Hoje é dia dos pais e eu que não tenho, nem terei, filho nenhum recebi 3 felicitações. Cada uma por um motivo, mas as 3 me parabenizando pelo meu dia. Nunca pensei nisso. Nunca recebi isso, mas fiquei feliz, embora não tenha podido comemorar, pois estou produzindo minhas obras.
Produção sem um centavo na mão, sem apoio, sem patrocinio, envergonhado por receber visitas francesa e mineira sem poder oferecer nada, pois os donos das obras estão enchendo a cidade de concreto. A minha obra não tem inauguração, não dá para colocar palanque, nem ficaria bonitinha com bolas de encher nas cores da cidade ou do estado.
Esta semana venho comunicar o que irei aprontar em Setembro, mas agora...
Oh gete, deixe eu ir trabalhar porque tenho mais o que fazer, enquanto eles ficam aí obrando.