Com tanta coisa acontecendo não tem como eu falar de uma só. Esta semana foi muito intensa, muito ocupada e por isso eu perdi o lançamento de Vestígios, perdi a oportunidade de conhecer e-amigos e rever amigos adorados.
Primeiro título: Levo minha poltrona porque gosto
Resolvi fazer concurso público, suponho que daqui a algunspoucosanos afogarei o artista em mim e trabalharei em serviços administrativos. É assim que o Brasil quer, é assim que obedecerei. O que mais me incomodou não foi o fato de investir numa carreira totalmente diferente da que me preparei e atuo, mas sim o fato de ter que comprovar que sou deficiente para poder concorrer as vagas reservadas para nós "chumbados". Fora o pagamento da inscrição (que não é barato) temos que ir a médico pegar um atestado dizendo que realemente somos deficientes e gastar mais uns 30 reais pelo envio do SEDEX (exigência do concurso). Acho isso uma loucura, porque não é possível que eu ande carregando uma cadeira de rodas porque acho bonito, chique, ando em cadeira de rodas porque preciso, porque de outra forma não chegaria a lugar nenhum. Isso desde que me entendo.... e ainda pagar mais caro por isso? É sabido que defiente custa caro, tem necessidades que encarecem sua vida, eu mesmo tive que pagar duas corridas táxi para poder ir ao médico, fora o sedex e inscrição. Nem estou acreditando que vá passar nesse concurso, mas quero fazer para testar, para aventurar. Saiu caro!!! As pessoas têm que pensar em alguma forma de não tornar mais difícil a participação dos "chumbados" em concursos. Se nos temos direitos iguais, porque temos que pagar mais caro?
Falando em coisa boa, porque esse assunto já me machucou muito, vem o
Segundo título: A hora da estrela
Fui assisti ao espetáculo, dos Bobos da Corte, baseado na obra da grande Clarice Lispecto.
Macabéia é para mim uma amiga íntima, de dentro, de casa. Com maca eu sorrio porque, assim como ela, eu me esqueço de chorar. Porque viver é um soco no estômago. Porque também sou viciado por Coca-cola e eu às vezes só sei chover.
Antes de chegar ao teatro eu queria beber para distrair um pouco, relaxar, depois que saí dali meu corpo só queria casa, meu refúgio, meu isolamento. No dia em que fiz a inscrição para o concurso, me encontrei com uma obra de arte de tamanha beleza que me deu pena de mim e o diálogo entre Macabéia e sua colega de trabalho Glória, me caiu como o diálogo entre a arte o serviço público: Glória: - Ser feia dói? Macabéia: - Não sei, mas me diga você que é feia: ser feia dói? O pior é que Olímpico fica com Glória
Um comentário:
Edu, Edu! "Tu és divino e gracioso". Puta merda, há muito menos tempo do que você e com muito "menas" restrições tenho uma idéia dos trastes que encontramos em nosso caminho. Um dia contarei por aqui meu inglório começo no Detran dos chumbados. Por outro lado, aproveito também... bengala e careca então... os senhores das filas têm me respeitado bastante, me dado vez e que tais (ainda nem precisei bengalar ninguém).
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você teria adorado a noite dos é-amigos. Dinorah também.
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