Com riso solto me disse que a coisa que mais precisava era de um choro forte, feito torneira aberta. Não era tristeza o que sentia, era apenas vontade de chorar. Como quem desentope pia, como cachoeira que derrama. Em meio a tantas coisas loucas, confessou a inveja do presente da outra. Logo aquela que nunca desejou, nunca teve o menor cuidado, nem tinha interesse naquilo, foi presenteada. Ela que havia parado de beber, de fumar, que fez de tudo, até promessa para o presente chegar.... NADA!!! Até agora nada. E emendou com a história dos olhos que se beijaram.
Não foi bem assim, mas achou natural as bocas se encontrarem já que os olhos tocaram antes e foi inevitável os lábios, as línguas, as salivas, o coração ofegante, o toque nas costas, o pau subindo.... Foi quase um choro, me disse e recomeçou a gargalhar. Depois saiu e voltou com um cigarro na mão. Estava muito nervosa e o presente da outra ainda estava entalado em sua garganta. A partir de agora ia parar de pensar nisso, voltar a fazer tudo que havia parado de fazer. Voltou a falar de onde parou. O pau duro sob as calças e barba por fazer. Acabou o cigarro como torneira e nem respirava com os pensamentos feito cachoeira derramando. A fala silenciou, mas podíamos ver seu peito ofegante, seu ventre bulindo como o presente da outra crescendo, crescendo, crescendo, crescendo......
Um comentário:
olhos que se beijam deixam a boca se mordendo de inveja :)
beijoss
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