Não sei onde aprendi que felicidade se curte em silêncio. Talvez seja o medo de gastá-la, esvaziar-me dela com a brisa que sai com a voz. De tão feliz fico calado, quieto, olhando o mundo e rindo de embolar por dentro. Muitas vezes é difícil de acreditar nas coisas que acontecem e nas voltas que já dei e continuo dando. Pensamentos que se concretizam, desejos se materializando. Outra possibilidade para este silenciar é a fraqueza de um grito diante da imensidão dos acontecimentos, oceanos, céus, braços enormes correndo o mundo e este sorriso que não sai de dentro de mim espelhado nos rostos de quem me ama. O exterior de mim. Estes olhos que criavam paisagens se farta de tanta novidade e quer ser maior para não perder detalhes, cores, texturas.... ahhhhh e tem os sabores, os sons, o vento e mais uma vez o céu. A lua ontem estava imensa, amarela, há dois palmos do telhado da casa onde o carinho jogava cartas na sala como quando eu era criança fantasiado com toalha na cabeça, jogando "fruta"com Paloma e Letícia. E se eu não saí de lá? Se continuo escondido na cabana de índio com janelas rasgadas de tesoura? se a pipa ainda está voando naquela rua e Lidio daqui a pouco chega para me pegar?
E se eu acordar?
Ninguém é capaz de sonhar com detalhes o que nunca viu.
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