terça-feira, 29 de setembro de 2009
Talvez não fosse
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Um caso trash sem fim ou estorinha para desanuviar noite pesada
terça-feira, 22 de setembro de 2009
O descanso de Dirce

Para mim
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
O término da viagem
domingo, 13 de setembro de 2009
A dança do lugar



Esta primeira semana do nosso intercâmbio Euphorico a céu aberto foi muito intensa, como sempre. Experiência junto à comunidade do Engenho Velho de Brotas. Crianças participativas, ativas, senhores jogadores, passantes, cachorros, cheiros, suores, sorrisos e a dança. Dança do lugar.
sábado, 12 de setembro de 2009
Recado de despedida para esta vida

Vamos fazer um trato?
Cansei dos teus contos, teus cantos
Vou pagar minhas contas
Quero me separar de você
Nossa relação projetada perfeita desde o início
Hoje perdeu seu encanto
Não nos combinamos mais
Sente falta de minha ingenuidade
De minhas artes, de meu frescor
Me apeguei a números que somaram por mim
Apaguei minha luz
Esqueci de você
Sinto saudade de tua calmaria
Do sorriso honesto,
Do pensamento vazio
Nós que nos aceitamos com nossa deficiência
Nosso sonhar livre
Brigamos por coisas poucas:
Um tempo que não temos
Uma carta que já não escrevo
Cores que já não sei fazer
Hoje choro por nós dois
Não dá mais certo
Insistirmos num verdume
Numa imaturidade adolescente
O tempo nos amadureceu
Nos tirou do pé, sem pedir licença
Não percebi e caí
Perdido que estava com as coisas que descobri:
Cores, formas, beijos, amores negados...
Você, egoísta, percebeu a mudança
E sem me comunicar seguiu sozinha
Não consegui te acompanhar
Me desculpe, sou artista
Estou querendo produzir
Esta loucura que me assola
Este medo que me apavora
Me induz a querer mudar
Mudar de você
Com mania de autor
Embora criatura
Cansado de ser herói de minha própria história
Pensei num final diferente
Do que tinham pensado para nós
Sem iluminação
Sem público
Sem aplausos
Uma partida sem volta
Uma viagem sem direção
Fiquei doente
Querendo me remediar
Para deixar de sentir as dores que estavam em mim
Agora, o tempo que me é curto demais
Não me deixa concluir
Estou largando você
Estou indo para outro lugar
Estou indo embora, querida!
Procurar-me no mistério
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
Ne me quite pas (da série música chiclete)
Elephant gun (da série músicas chiclete)
Se eu fosse jovem, eu ia fugir desta cidade
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sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Caso Marcelo Lima
Este caso foi com um amigo nosso, menino nascido na minha cidade, com tanta vida pela frente. Aqui está a carta de uma mãe sem seu filho e a mercê da lei. Lei?
Caros Amigos,
Chamo-me Célia Lima, mãe de MARCELO LIMA, que no dia 08/10/2006, aos 27 anos, foi assassinado no OKTOBER FEST, em Feira de Santana-Bahia.
Meu filho, Marcelo Lima, nasceu em Santo Amaro da Purificação-Bahia, formando em Engenharia Civil pela Universidade Católica do Salvador (2007.1) sempre dedicado, era destacado em todos os estágios como: Liceu de Artes da Bahia, MRM, Reforma do Fórum Ruy Barbosa, Construção do Restaurante Gerimun, entre outros.
Meu filho era um jovem feliz. Sua alegria, fidelidade, humildade, sinceridade, contagiava todos o que conhecia. Como mãe é difícil falar sobre Marcelo, ele foi uma benção de Deus em nossas vidas. Acredito que neste momento ele está ao lado do nosso “Pai Celestial”, e que já foi recompensado pelo bem que fez aqui na Terra. É o que me conforta...além da certeza, de que um dia, poderei reencontrá-lo e não mais nos separar...
Marcelo tinha uma vida inteira pela frente, mas teve seus sonhos, sua carreira e projetos interrompidos brutalmente por assassinos que continuam circulando livremente, curtindo a vida como se nada tivesse acontecido, como se a vida de um inocente não tivesse nenhum valor.
É doloroso demais perder um filho, principalmente nessas circunstâncias. Minha vida não tem mais sentido, perdi toda a alegria de viver. Minha família desestruturou-se e todos nós estamos sofrendo muito. A dor que sinto causada por esses criminosos é indescritível, as lágrimas, a saudade, o espaço deixado por meu querido Marcelo jamais será preenchido.
Marcelo foi agredido na área VIP do camarote do OKTOBER FEST. Sempre solidário, ao avistar seu amigo sendo agredido, dirigiu-se para prestar-lhe socorro, mas esses assassinos dotados de uma fúria animal, desferiram-lhe um soco, vindo a cair sem chances de defesa. Insatisfeitos, atingiram-no com inúmeros chutes na cabeça que geraram lesões fatais em pleno local da festa.
Caros amigos, os assassinos continuam soltos e impunes. PEDRO HENRIQUE OLIVEIRA e DERALDO PEREIRA FILHO continuam agindo como se nada tivesse acontecido usufruindo de grandes influências políticas e financeiras para que o caso de meu filho se passe apenas como mais um sem punição.
Sou refém diante de tantos presentes dados aos assassinos graças as brechas do “Maravilhoso Código Penal Brasileiro”. Onde está a justiça de nosso País? Impunidade gera Impunidade e Fomenta a Perpetuação do Crime. Sinto-me impotente diante de tão grande poder dado a estes “Poderosos Criadores de Leis” que punem as vitimas e beneficiam os assassinos.
Sou mãe e sinto-me condenada pelas leis brasileiras que dá brechas e não permite punições rígidas e severas para os assassinos. Sou punida pela dor, lágrimas, prisioneira da saudade deixada pelo meu querido filho que foi tirado de mim de uma maneira tão cruel. Precisamos de JUSTIÇA. Precisamos acabar com essas Leis que sempre beneficiam bandidos e punem as vitimas impedindo o Poder do Supremo da Justiça.
Amigos, a dor que invade o meu peito jamais poderá ser recuperada. Sou mais uma vitima de uma barbaridade e mais um caso de luta por Justiça...Ajude-me, a divulgar este caso, vamos lutar por punição, concretizando assim mais um passo da nossa longa e árdua caminhada rumo a Justiça e em prol da Paz do nosso País.
Célia Lima
Contato: www.casomarcelolima.com.br
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Gato preto
Chorar foi a primeira coisa que lembro de ter feito
Antes mesmo de ver o sol,
Ouvir tua voz no meu ouvido
Ou sentir um beijo-carinho na minha testa
Chorei, talvez, pressentindo o meio dessa história
Meio, sim! Pois ali foi o começo,
E agora não estou propriamente no fim
Caminho para ele, mas acho que falta ainda um pouco
Aliás, lembro-me que chorar
Não foi a primeira coisa que fiz
Falaram-me que eu doí
Então doer foi a minha ação original?
É, eu doí muito!
Talvez tenha chorado de dor
Parado aqui nesta rua, esta claridade me dói!
Lembro que quando saí do escuro pela primeira vez
E descobri a luz, me assustei!
Eu que já doía, juntei o susto e chorei.
Então por que choro agora?
Se já sou acostumado com a luz
E as coisas já não me doem tanto!
Estou apático, chorando!
Não concordo com o meu direito à vida
Ninguém teM o direito de fazer a vida doer
E eu dou a minha vida
Eu corto, dopo, passo fome, drogo, risco, mal digo minha vida
Ela, coitada, que é tão inocente quanto eu!
Ela que também não sabia que ia nascer!
Ela que nem tem consciência!
Ah! O problema é dela!
Ela que fique esperta!
Acorde antes de atropelá-la!
Não bebo há duas semanas e meu fígado sente falta,
Está de mau humor
Falo isso porque vejo aqui no canto, um resto de cerveja quente
Minha vida diz para eu não tomar
E eu tenho impulso de desobedecê-la
Corro para pegar,
Escorrego, caio e derrubo o copo
Lá se vai a última gota do que eu queria
Vai direto pra boca de um imbecil cachorro que lambe o chão
Quase dou um ponta-pé nele,
E me abaixo para lamber minha cerveja
Mas tenho medo da morte,
Tenho medo de dentes
Roendo as unhas quebrei um canino.
Por que os cães não quebram os dentes?
Todos neles são caninos, né?
Eu que só tinha dois, fiquei com o canino esquerdo
Posso mordê-lo, seu quadrúpede, com o esquerdo
E aí será de igual para igual
Dizem que cachorro faz companhia ao homem
Faz uma “uma companhia retada!”
Só se for para os idiotas
Que não sabem viver fora do seu próprio eixo, seu umbigo
Que não se interessam pela história dos outros
Nem querem ouvir verdades quando desabafam
Para o irracional que abana o rabo e faz festa
Como se a pessoa tivesse acabado de contar uma piada
Oh! Bicho burro é cachorro!
Odeio gatos, mas eles tem isso de bom:
Não se aproximam nem quando você está bem
Nem quando se debulha em lágrimas
Você que amadureça resolvendo seus problemas sozinho!
Ele só quer sua comida e o conforto do seu sofá
Perdi um gato há duas semanas
Cansou de minha comida e caiu da minha cama
Tinha pêlos demais, era preto meu gato!
Os olhos assustadoramente amarelos!
Uma elegância comum em todos os gatos,
Mas como era o meu, eu achava o melhor, o mais bonito
O lombo exageradamente macio
E o rabo sempre entrelaçado em mim
Gato preto!
Volta gato “feio”!
Gato traidor!
Seu arranhão me dói!
Você me deu azar e todos me alertaram para isso
Não dei ouvidos, pois você era mau talismã
Ah! Esse cachorro me lambendo!
Parece a solidão sentada aos meus pés se apoiando em meus joelhos
Solidão imbecil! Claridade imbecil!
Bem no meio da histórias parece que acabo de nascer
Primeiro me dói e agora começo a chorar em plena luz
Deve ser porque no escuro eu me iludisse,
Pensando estar escondido no abraço de meu gato preto
Quem acendeu esse sol, favor desligar!