quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Depois de me perder da cadeira, eu perdi o carnaval

Eu tão longe aplaudindo o carnaval que nem começou.

Quem me conhece sabe o quanto eu amava o carnaval e me esbaldava tanto ao ponto de chegar em casa em companhia da LIMPURB que lavava as rodas da cadeira para não levar porcaria comigo, mas desde 2005 tenho viajado e fugido da festa, exceto em 2007.

Este ano repito a ausência com uma pontinha de "queria ver". Há alguma coisa nova começando neste carnaval 2009. Sinto uma possibilidade de respiração, ainda que em dose homeopática, porque a indústria do Axé é muito rica e forte, mas tenho certeza que este ano será mais gostoso brincar. Com o projeto da Secult de edital para trios independentes, será possível ver os Novos Baianos (se eu ficasse, era nesse trio que vcs me encontrariam chorando bêbado de saudade dos carnavais que não conheci), Lobão, Ramiro Mussoto, Retrofoguetes, Mariene de Castro, Radiola, Lucas Santana, Roberto Mendes, Raimundo Sodré, samba, rock, eletrônica, guitarra baiana, atabaque, berimbau.... será possivel ver minhas meninas do TRÊS NA FOLIA - Sandra Simões, Claudia Cunha e Munuela Rodrigues - que sairão domingo, 12h, na Avenida (neste eu também seria visto).

Eu amo o carnaval, embora ele venha precisando de reformulações e políticas para o povo brincar sem a preocupação se volta para casa. Eu amo o carnaval pela alegria, pelos milhões de beijos na boca, pelos encontros, pelas despedidas, pelos amigos, pela bagaceira.

Eu sou bagaceira mesmo! Alguém acredita que num dia desses de Mascarados, eu nas costas de um amigo, me perdi da cadeira de rodas? Ficamos o percurso todo da Barra procurando e perguntando "você viu uma cadeira por aí?", eles respondiam "eu vi uma cadeira atrás do trio", "estava aqui, mas não vi mais", "numseiquem tava empurrando uma cadeira com um cachorro em cima" e eu nas costas do amigo a avenida inteira preocupado com o cachorro. Quando encontramos, uma amiga minha empurrava a cadeira e no assento estava o chapéu de pelúcia da fantasia do camarada que me carregava. oh povo doidho no carnaval!

Eu amo o carnaval, mas ele estava precisando desse sopro de inteligência de músicos nos trios independentes. Não dava mais para sair às ruas e o tempo todo escutar a mesma música, ver a mesma dança e abadás iguais. O gostoso é ser diferente, é se perder e saber que vai se achar mais feliz no dia seguinte e voltar e sentir saudade torcendo que o ano passe mais rápido, porque neste a gente não conseguiu beijar aquele que estava no outro bloco.

7 comentários:

Anônimo disse...

Ê Edu, você tem um olho e um sentimento danadinhos de bons.
Você está em que lugar?

Cleyton Cabral disse...

Adorei o texto. Tbm sou louco por carnaval... vc precisa conhecer o de Olinda (o melhor do Brasil, desculpa). Você iria se esbaldar, com ou sem cadeira. E beijo na boca? Ô, imagina... Abraço querido!

Sara Franco disse...

Edu, eu tb amo Carnaval e sinto falta de pular atrás de trio, como tempos atrás (para não dizer antigamente)... mas hoje vou realizar meu sonho, sairemos nos Mascarados... vai ser bom demais. Espero não perder nada,srrs...e poder escutar muitas músicas diferentes, sair das repetições a cada trio q passa!!! Bjão e FELIZ CARNAVAL onde quer q vá!

- Luli Facciolla - disse...

Quanto mais eu leio sua histórias, mais sou sua fã!

Impressionante mesmo é curtirmos a mesma música e não nos encontrarmos!!! Se eu fosse ficar em SSA, certamente iria atras dos independentes tb... Será que nos reconheceríamos ao vivo?!

Beijos, querido e-amigo!

Marlon Marcos disse...

É tão bom entrar aqui... Bom também receber suas visitas. Que lindo que Clarice lhe atingiu... Beijos.

Muadiê Maria disse...

Edu, cheguei aqui pelo blog de Maria Sampaio. Que texto lindo!
Abaixo as cordas, Edu!
Viva o nosso carnaval cultural e não industrial!
Um abraço,
Martha

Anônimo disse...

Êta Edu danado, como um bom escritor autobiográfico tb é ficcional!!!!!!!!!!Cadê a cadeira Edu, foi a Malu Mader, Tetê ou qual mesmo???????????Te amo!
Mas realmente nosso carnaval...........