Ela dizia que não sabia fotografar. Pegava a câmera digital, encostava o olho, tremia, ficava nervosa apressando o clique, tremia desfocando os sorrisos. Viajou prometendo arquivos vazios, tudo registrado na memória. Deixou a casa também vazia e uma saudade, além da certeza de que nada tem cor sem ela por perto. Senti na pele o que ela sempre repete quando estou longe e teimo em partir. O café sem graça, a televisão apagada, o sofá e as almofadas sem uso. Tudo na casa reclamava sua presença. Eu também. Adoeci e chorei sem seus cuidados, sua preocupação. Dormi sozinho pensando besteira.
Ontem chegou a majestade com olhos reluzentes, alegria em cada poro, eufórica nos gestos e palavras, feliz pelo sonho realizado. Que alegria vê-la alegre! A casa se encheu novamente, o telefone que antes mantinha-se mudo não parou de tocar e a vida na casa voltou correndo pelo corredor.
E as fotos? Bem, para surpresa de todos a viagem acalmou seu olhar e nos presenteou com belas imagens, além de todas que somente ela é capaz de ver porque ninguém pode viver experiências pelo outro.
3 comentários:
Quero ver as fotos!!!! E...quem diria...saudade das churrias dela!!! rsrsrs
meu amigo,
obrigada por sua visita e comentário.
Indiscreeeeeto, gosta de segredos revelados, hein? Eu também!!!!!
kkkkkkk
beijos
Que bom tê-la de volta, leve e feliz.
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