quinta-feira, 2 de abril de 2015

Minha amiga Tom

Eu também tive um Tom na minha vida e era uma menina. Eu fiquei hospedado em sua casa para me recuperar de uma cirurgia. Eu tinha 8 anos. Eu me chamava de eu e ela não falava na primeira pessoa. Isso era o que mais eu achava engraçado. Não havia um pensamento de achar o outro diferente, talvez porque eu também era o diferente desde o meu primeiro ano de vida, mas acredito que não era apenas por isso, pois minha irmã também não lidava com minha amiga Tom como se ela fosse diferente. Ahh, não sei pensar nisso direito porque minha irmã convivia comigo que também era diferente e isso talvez a fizesse pensar diferente das outras pessoas. Aliás, sempre entendemos, desde cedo, que todas as pessoas são diferentes. Nós a achávamos muito inteligente e esperta. Vivia fechada no seu mundo como eu ficava no meu quando brincava com minha coleção de playmobil. As coisas eram naturais. As coisas eram como eram e pronto. Eu sinto saudade daquela época. Sinto saudade das pizzas, das brincadeiras no apartamento enorme, da piscina, da primeira vez que entrei num pula pula e percebi que ali não era brinquedo para mim porque não conseguia me impulsionar apenas com as mãos e fiquei com medo daquela coisa gigante que ventava dentro. Sinto saudade de sua irmã mais velha, do fusca ou seria uma brasília? Minha amiga Tom encasquetava com o gesso na minha perna e quando dávamos um vacilo, olha ela andando por cima do gesso. Temos mais ou menos a mesma idade, mas ela era uma criança grande e linda. Invocava também com os bobs de minha mãe na cabeça. Eu amo minha amiga Tom até hoje por tudo que ela representou para mim naquela época. Hoje, eu queria dar um beijo naquela menina que ela ainda é para mim.



2 comentários:

Unknown disse...

Emocionada com o vídeo e com seu depoimento, Edu! Lu foi completamente incluída na sua família. Lembro q no 1° dia q chegamos em Bom Jesus dos Pobres saímos p passear e Lu foi na muvuca com vcs, num carro diferente do que eu fui. E assim foi, eu ficava até mais tarde na praia, ela subia com vcs. Em lugar nenhum ela se sentiu tão segura. E vcs, da mesma idade dela, trocavam seus algodões doces por beijos. Mto fofo!Experimentamos naquela microsociedade, o q é uma sociedade inclusiva.0 período aqui em Brasília foi mágico. Mesmo vivenciando uma situação difícil, cirurgia grande, vcs nos ensinaram a brincar com a vida, rir, ser feliz. Até hoje lembro das histórias de sua mãe e ainda dou boas risadas. Tempo bom!

Unknown disse...

Emocionada com o vídeo e com seu depoimento, Edu! Lu foi completamente incluída na sua família. Lembro q no 1° dia q chegamos em Bom Jesus dos Pobres saímos p passear e Lu foi na muvuca com vcs, num carro diferente do que eu fui. E assim foi, eu ficava até mais tarde na praia, ela subia com vcs. Em lugar nenhum ela se sentiu tão segura. E vcs, da mesma idade dela, trocavam seus algodões doces por beijos. Mto fofo!Experimentamos naquela microsociedade, o q é uma sociedade inclusiva.0 período aqui em Brasília foi mágico. Mesmo vivenciando uma situação difícil, cirurgia grande, vcs nos ensinaram a brincar com a vida, rir, ser feliz. Até hoje lembro das histórias de sua mãe e ainda dou boas risadas. Tempo bom!