toda hora é hora de aquietar um pouco e aliviar o coração
todo banho é hora para uma canção
e todo dia é dia de ser feliz
AGORA!
domingo, 18 de maio de 2008
Minha vida Macabéia

- Me desculpe eu perguntar: ser feia dói?
- Nunca pensei nisso, acho que dói um pouquinho. Mas eu lhe pergunto se você que é feia sente dor.
- Eu não sou feia!!! - gritou Glória.
Depois tudo passou e Macabéa continuou a gostar de não pensar em nada. Vazia, vazia. Como eu disse, ela não tinha anjo da guarda. Mas se arranjava como podia. Quanto ao mais, ela era quase impessoal. Glória perguntou-lhe:
- Por que é 'que você me pede tanta aspirina? Não estou reclamando, embora isso custe
dinheiro.

- É para eu não me doer.
- Como é que é? Hein? Você se dói?
- Eu me dôo o tempo todo.
- Aonde?
- Dentro, não sei explicar.
Clarice Lispector (A Hora da Estrela)
***Lembro das inúmeras vezes que li este livro e da emoção que me causou e que ainda me causa. A crueza das relações, a verdade, o vazio... o doer. Macabéia me faz lembrar de mim.
Poeminha do contra
Todos esses que aí estão
atravancando meu caminho,
eles passarão...
eu passarinho!.
Mario Quintana
atravancando meu caminho,
eles passarão...
eu passarinho!.
Mario Quintana
Versinho para um amor demais
Amor também transborda
E quando a gente acorda
Já transbordou
Estou pensando em fechar a represa
Do querer bem
Embora não te esqueça
Embora seja tua minha beleza
Embora seja mar nos olhos
Esse vai e vem
Texto escrito no meu velho all star num show de Paulinho Moska em Vitória da Conquista AGO/2006
E quando a gente acorda
Já transbordou
Estou pensando em fechar a represa
Do querer bem
Embora não te esqueça
Embora seja tua minha beleza
Embora seja mar nos olhos
Esse vai e vem
Texto escrito no meu velho all star num show de Paulinho Moska em Vitória da Conquista AGO/2006
Vazio
Estranho ao acordar sozinho
Vazio, cheio de coisa para fazer
e o "oco" do vão ao lado,
do vão da boca preenchida de comida
e adeus.
Vazio, cheio de coisa para fazer
e o "oco" do vão ao lado,
do vão da boca preenchida de comida
e adeus.
Bola de Meia, Bola de Gude
Milton Nascimento
Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
Ele vem pra me dar a mão
Há um passado no meu presente
Um sol bem quente lá no meu quintal
Toda vez que a bruxa me assombra
O menino me dá a mão
E me fala de coisas bonitas

Que eu acredito
Que não deixarão de existir
Amizade, palavra, respeito
Caráter, bondade alegria e amor
Pois não posso
Não devo
Não quero
Viver como toda essa gente
Insiste em viver
E não posso aceitar sossegado
Qualquer sacanagem ser coisa normal
Bola de meia, bola de gude
O solidário não quer solidão
Toda vez que a tristeza me alcança
O menino me dá a mão
Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto fraqueja
Ele vem pra me dar a mão
terça-feira, 13 de maio de 2008
Levantei e aplaudi
Sem gostar de orar hoje me pus a agradecer a Deus pelo presente dado. Vivi uma experiência que não se descreve, não se adjetiva por ser pura emoção, pura arte (e eu ainda acredito na arte). Ver artistas trabalhando em função da arte... mais especificamente Mônica Salmaso e o grupo Pau Brasil hoje (13/05) à noite no TCA. Nada era fora do lugar: a voz, os ar
ranjos, os acordes, as canções (todas de Chico Buarque), enfim... tudo era uma homenagem à música, era para enaltecê-la. A cantora não era mais importante do que os demais ingredientes daquela deliciosa mistura. Não havia uma soberania a não ser a da própria música. O que é raro num mundo em que a imagem é mais importante e que a obra de arte está a mercê do comércio, do fácil, de letras com uma única frase, com coreografias vulgares, etc.
Hoje, graças a Deus, passei por uma daquelas experiências transformadoras, tipo a que sempre falo do passeio pelas montanhas da Ilha da Madeira. Não há o que dizer. É pleno sentimento e arte materializada e repartida entre as 1500 pessoas que lotavam o teatro. Surpreendentemente, para minha alegria, o teatro estava lotado. Falo surpreendente, pois Mônica não canta na novela das 8, não come pizza dia de domingo com o grandão, não toca nas rádios, enfim... a grande mídia não está ao lado dela. O que é uma pena, porque é um show delicioso de se experimentar, sentir, ouvir. É uma pena porque não quero que as outras coisas não existam, mas quero também poder ligar a TV e me deparar com um trabalho dessa qualidade (salvo a TVE, faça-se justiça), quero poder optar por ouvir o fácil também, mas se ele não sai do meu rádio ou da telinha, não é opção.
Hoje presenciei a música em seu estado concreto, pleno, total.
Hoje, eu que não posso levantar, bati palmas em pé.
Vida longa a Mônica Salmaso! Vida longa ao Pau Brasil!

Hoje, graças a Deus, passei por uma daquelas experiências transformadoras, tipo a que sempre falo do passeio pelas montanhas da Ilha da Madeira. Não há o que dizer. É pleno sentimento e arte materializada e repartida entre as 1500 pessoas que lotavam o teatro. Surpreendentemente, para minha alegria, o teatro estava lotado. Falo surpreendente, pois Mônica não canta na novela das 8, não come pizza dia de domingo com o grandão, não toca nas rádios, enfim... a grande mídia não está ao lado dela. O que é uma pena, porque é um show delicioso de se experimentar, sentir, ouvir. É uma pena porque não quero que as outras coisas não existam, mas quero também poder ligar a TV e me deparar com um trabalho dessa qualidade (salvo a TVE, faça-se justiça), quero poder optar por ouvir o fácil também, mas se ele não sai do meu rádio ou da telinha, não é opção.
Hoje presenciei a música em seu estado concreto, pleno, total.
Hoje, eu que não posso levantar, bati palmas em pé.
Vida longa a Mônica Salmaso! Vida longa ao Pau Brasil!
Poema das Sete Faces
Quando eu nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas:pernas
brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus,
pergunta meu coração
Porém meus olhos
não perguntam nada
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.
Meu Deus por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo,
Se eu me chamasse Raimundo
seria apenas rima, não seria solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.
calos drummond de andrade
desses que vivem na sombra
disse: Vai Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas:pernas
brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus,
pergunta meu coração
Porém meus olhos
não perguntam nada
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.
Meu Deus por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo,
Se eu me chamasse Raimundo
seria apenas rima, não seria solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.
calos drummond de andrade
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