Para chatear os imbecis
Para não ser aplaudido depois de sequências, dó de peito
Para viver a beira do abismo
Para correr o risco de ser desmascarado pelo grande público
Para que conhecidos e desconhecidos se deliciem
Para que os justos e os bons ganhem dinheiro, sobretudo eu mesmo
Porque de outro jeito a vida não vale a pena
Para ver e mostrar o nunca visto, o bem e o mal, o feio e o bonito
Porque vi "simão no deserto"
Para insultar os arrogantes e poderosos quando ficam como "cachorros dentro d'água" no escuro do cinema
Para ser lesado em meus direitos autorais
Para viver a beira do abismo
Para correr o risco de ser desmascarado pelo grande público
Para que conhecidos e desconhecidos se deliciem
Para que os justos e os bons ganhem dinheiro, sobretudo eu mesmo
Porque de outro jeito a vida não vale a pena
Para ver e mostrar o nunca visto, o bem e o mal, o feio e o bonito
Porque vi "simão no deserto"
Para insultar os arrogantes e poderosos quando ficam como "cachorros dentro d'água" no escuro do cinema
Para ser lesado em meus direitos autorais
Sempre retorno a esta resposta do cineasta JOAQUIM PEDRO DE
ANDRADE à pergunta: POR QUE VOCÊ FAZ CINEMA?, musicada por
Adriana Calcanhoto. Atualmente, isso vem reverberando em mim mais do que compreender
por que eu faço arte, principalmente por que viver. Tenho sentido tristezas e
incômodos grandes com as coisas do mundo e me pergunto se faz sentido o que
penso ser importante, se vale a pena.
Semana passada, eu estava num evento sobre Educação
Especial, em Amargosa. Justamente no dia que explodiu aquela revolta popular
por causa da morte de uma criança por uma atitude irresponsável de policiais
que invadiram uma casa atirando.
A história é complicada, mas as razões do
comportamento da população são super compreensíveis. A cidade vem de um
histórico de abandono e descaso da segurança pública. Segundo moradores, há
apenas 3 policiais no município e a violência crescendo constantemente. O
Estado, irresponsavelmente, dá as costas aos fatos e resolve tomar providência
quando a situação chega ao extremo.
Voltei muito afetado com o ocorrido, pensando na família que
perdeu sua criança, pensando na cidade que também é minha, é de todos nós, pois
em todos os lugares passamos pelas mesmas questões de abandono, violência, incompetência,
corrupção e impunidade.
Diante de tudo isso, toda hora, a pergunta estala
na minha cabeça:
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