sábado, 30 de maio de 2009

Estréia

A estréia de Tempête à 13º Sud foi um seucesso absoluto! Teatro lotado, cheio de amigos, meu coração aos pulos, inseguro, ansioso, alegre, triste, tudo dentro de uma verdadeira tempestade.

Os aplausos me acalmaram e depois a realidade.

Ontem, segundo dia, aguardando para entrar numa cena, lembrei que foi o teatro quem me levou a dança e agora esta me devolve para aquele. Já falei aqui que minha criança desejava fazer teatro, acabei entrando por Belas Artes, fiz uma matéria em Teatro e lá fui convidado para integrar um grupo de Dança, esta não me largou nunca mais.

Hoje volto ao início numa produção linda, bem cuidada, inteligente, rica. Um projeto que me caiu como um presente porque me possibilita experimentar tudo. É uma farra, é uma festa, é uma alegria!!!

Os amigos de cena são puro carinho e generosidade. Os deuses do Teatro me abençoando!!!

EVOÉ

Obrigado a Gilles Pastor, que a partir de Judite me convidou a participar de seu projeto. Obrigado aos atores, assistentes, técnicos, público, produtores.

Eu transbordo de alegria em cena!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

S.O.S Amazônia

Nesta semana serão votadas emendas que significam um grande retrocesso na política ambiental.
Precisamos impedir que isso aconteça!

Estou numa fase de briga e como acho que este assunto é de urgência e precisa muita briga, copiei, do blog da atriz Cristiane Torloni, o texto abaixo e a indicação para que sejam enviados emails aos senadores (a lista de emails está no fim da mensam) pedindo uma atitute mais consciente em relação as questões ambientais.

Já enviei e foi rapidinho, basta copiar e colar os emails e depois a mensagem.

"Senhor(a) Senadora (a),

Sou subscritor(a) do Manifesto Amazônia Para Sempre, juntamente com mais de 1,1 milhões de brasileiros e brasileiras, que nos mobilizamos para lutar contra a destruição da Amazônia e em favor de um novo modelo de desenvolvimento para o Brasil onde a natureza seja preservada.

No dia 13 de maio passado todos nós estivemos presentes na vigília pela defesa da Amazônia, realizada no mesmo plenário do Senado Federal, no mesmo lugar em que V.Excia vota as leis que regem nosso presente e determinam nosso futuro.

Nesta semana, duas importantes matérias que incidem diretamente sobre a Amazônia estarão sendo tratadas por vocês. Na terça-feira, vocês votarão a MP 452, que contém uma emenda que promove grave retrocesso na legislação ambiental, favorecendo a pavimentação de rodovias sem o devido processo de licenciamento ambiental e, consequentemente, sem os cuidados ambientais para que esse tipo de obra não continue a provocar migração, grilagem de terras públicas e desmatamentos ilegais.

A outra medida é a MP 458, que começa a ser discutida, cuja relatora, a Senadora Kátia Abreu, já declarou ser totalmente contrária às salvaguardas ambientais que o governo inseriu na versão original da MP. Além disso, a Câmara dos Deputados aprovou uma série de emendas que favorecem aqueles que praticaram grilagem de terras públicas e que precisam ser revistas.

Sabemos que os senhores foram eleitos para representar o povo brasileiro e que a função que vocês desempenham deve ser exercida com elevado senso de responsabilidade e interesse público.

Nesse sentido, apelamos para que o Senhor(a) se aliem ao povo brasileiro na luta pela proteção da Amazônia, impedindo que essas matérias sejam aprovadas como se encontram e que sofram as alterações que as faça nos orgulhar de novo de nosso parlamento e dos nossos representantes legislativos.

Somos um país abençoado por ter uma Amazônia para desfrutar e cuidar e queremos continuar sendo. Mas isso só poderá ser possível se vocês, nobres senadores, derem sua contribuição para que as regras que nos regem continuem evoluindo no sentido da proteção da Amazônia e não nos fazer retroceder.

Contamos com V.Excia! Estaremos de olho em quem é ou não sensível ao nosso apelo!"



LISTA DO E-MAIL DOS SENADORES PARA QUEM O EMAIL DEVE SER ENVIADO:
(copie a lista e cole no campo “para” do seu email)

adelmir.santana@senador.gov.br;
almeida.lima@senador.gov.br;
mercadante@senador.gov.br;
alvarodias@senador.gov.br;
acmjr@senador.gov.br;
antval@senador.gov.br;
arthur.virgilio@senador.gov.br;
augusto.botelho@senador.gov.br;
cesarborges@senador.gov.br;
cicero.lucena@senador.gov.br;
cristovam@senador.gov.br;
delcidio.amaral@senador.gov.br;
demostenes.torres@senador.gov.br;
eduardo.azeredo@senador.gov.br;
eduardo.suplicy@senador.gov.br;
efraim.morais@senador.gov.br;
eliseuresende@senador.gov.br;
ecafeteira@senador.gov.br;
expedito.junior@senador.gov.br;
fatima.cleide@senadora.gov.br;
fernando.collor@senador.gov.br;
flavioarns@senador.gov.br;
flexaribeiro@senador.gov.br;
francisco.dornelles@senador.gov.br;
garibaldi.alves@senador.gov.br;
geraldo.mesquita@senador.gov.br;
gecamata@senador.gov.br;
gilberto.goellner@senador.gov.br;
gilvamborges@senador.gov.br;
gim.argello@senador.gov.br;
heraclito.fortes@senador.gov.br;
ideli.salvatti@senadora.gov.br;
inacioarruda@senador.gov.br;
jarbas.vasconcelos@senador.gov.br;
jayme.campos@senador.gov.br;
jefferson.praia@senador.gov.br;
joaodurval@senador.gov.br;
joaopedro@senador.gov.br;
joaoribeiro@senador.gov.br;
jtenorio@senador.gov.br;
j.v.claudino@senador.gov.br;
jose.agripino@senador.gov.br;
josenery@senador.gov.br;
sarney@senador.gov.br;
katia.abreu@senadora.gov.br;
leomar@senador.gov.br;
lobaofilho@senador.gov.br;
lucia.vania@senadora.gov.br;
magnomalta@senador.gov.br;
maosanta@senador.gov.br;
crivella@senador.gov.br;
marco.maciel@senador.gov.br;
marconi.perillo@senador.gov.br;
maria.carmo@senadora.gov.br;
marinasi@senado.gov.br;
mario.couto@senador.gov.br;
marisa.serrano@senadora.gov.br;
mozarildo@senador.gov.br;
neutodeconto@senador.gov.br;
osmardias@senador.gov.br;
papaleo@senador.gov.br;
patricia@senadora.gov.br;
paulo.duque@senador.gov.br;
paulopaim@senador.gov.br;
simon@senador.gov.br;
renan.calheiros@senador.gov.br;
renatoc@senador.gov.br;
robertocavalcanti@senador.gov.br;
romeu.tuma@senador.gov.br;
rosalba.ciarlini@senadora.gov.br;
sergio.guerra@senador.gov.br;
zambiasi@senador.gov.br;
serys@senadora.gov.br;
tasso.jereissati@senador.gov.br;
tiao.viana@senador.gov.br;
valdir.raupp@senador.gov.br;
valterpereira@senador.gov.br;
wellington.salgado@senador.gov.br;

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Então há vida

Há quase um mês estou enfiado numa sala de ensaio escura, sem ar, quase triste, mas é o contrário.

Lembro de quando era menino, eu brincava de fazer teatro e sonhei por muitos anos ser ator. Virei artista plástico, dançarino, criei coreografias com personagens, mas nunca me senti fazendo teatro. Agora não, estou no teatrão, um Shakespeare. E brincando de teatro.

Consegui decorar as falas, as marcas, entender o francês, completar as peças da peça. Fazemos como quem brinca, mas minha tensão e responsabilidade me impediram de perceber isso antes. Quantas coisas não perdi por causa do medo. Já estava perdendo a vida. Sim, sem exagero.

Os dias chuvosos e os taxistas também não me ajudaram a ver a vida. A lembrar das brincadeiras e curtir este momento agora como antes. Hoje recebi uma notícia ruim e serviu como uma martelada. Eu que estava vivendo em função daquela escuridão, não percebia o que me acontecia tão próximo. Perdi quantos sorrisos do meu pequeno? Não dei a atenção que minha mãe precisava, não ouvi a paixão de meu amor... Não soube das enfermidades dos amigos, não sei a quantas anda o dólar ou se a tal gripe suína se espalhou ou retraiu.

A arte não é para suplantar a vida, esta está acima de tudo. A arte está a seu serviço. E hoje que eu chovi tanto pelos olhos, pelo nariz, esperei anoitecer para ver o sol que está fazendo em mim.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Convite


Aos e-amigos,


gostaria de convidá-los para a estréia do meu novo espetáculo, próxima quinta (28/05), 20h, onde fui convidado pelo diretor francês, Gilles Pastor, para fazer Ariel nesta montagem de A Tempestade de Shakespeare e que faz parte do Ano da França no Brasil.


A estréia será para convidados, gostaria que me prestigiasse. Se puder me confirmem para colocar teus convites na lista.


O espetáculo tem imagens lindas e eu faço de tudo: danço, canto, interpreto. Está uma delicia de fazer e acredito uma delicia de assistir.
Sei que estou ausente dos blogs de vcs, mas período de estréia é uma loucura!!!!! desculpem.
beijos

domingo, 17 de maio de 2009

Rugas e vincos

Há muito tempo ele não se permitia perder tempo. Gastar horas em fazer nada, ver besteira na internet, não pensar em projetos, trabalho... não pensou em nada durante uma tarde inteira.

Procurou videos de programas infantis da década de 80 e lembrou-se de quando era criança. Dançou, cantarolou, sussurrando os hits de menino, lembrou-se dos desejos de consumo de menino e detectou o instante em que pensou no futuro. Nascera ali o seu desejo de voar.

Hoje, de barba mal feita na cara, anda pesado, pesando as agonias diárias: contas, cobranças, crianças, divórcio, clientes e a impaciência.

Procurou amigos em site de relacionamento e viu-se homeageado em comentários de fotos postadas pela saudade, fotos antigas e atuais. Não se reconhece nestas. O presente parece tão abstrato, tão fantasioso! Naquelas mais antigas ele identifica no olhar as ambições para o futuro que não se concretizou. O olhar de agora é que ficou de concreto, duro, rígido, dentes de pedra, rugas e vincos.

Neste domingo aguado ele se despediu do Xou da Xuxa como quem sobe na nave para nunca mais.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Alegria por Maria



Este post é uma homenagem a Maria Sampaio, que fez esta foto e me deixou bonito. Há muito tempo isso, Luiza ainda era pequena e meu cabelo começava a me abandonar.

Aqui eu fiz uma foto da foto, porque não tenho esta digitalizada e está grudada no porta-retrato, periga rasgar se eu forçar a retirada para scanear.

Adoro ver minha alegria pelo olhar de Maria! Adoro minha alegria em estar com Maria! Adorei ver os cabelos brancos de Maria!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Não e não e mais um não

A alegria de Daniel era contagiante. Aquele menino, nem tão menino, pequeno, costas tortas, pernas finas, andava sobre rodas e voava. Pessoa de riso fácil, fazia-me sorrir com mais facilidade ainda, mas há um tempo percebo o olhar de meu amigo diferente, seu sorriso não muito largo, suas graças escassas. Recentemente ele me perguntou:

- O que fazemos quando não há um lugar que nos aceita?

Esta pergunta de Daniel mexeu comigo de tal forma que saí do seu lado e chorei. Não consegui responder a esta questão.

O que podemos fazer se não há um lugar que nos aceita? Viver é estar em algum lugar, não é? O estar em nenhum lugar, seria o que?

Ele me disse que não era o que eu estava pensando, mas que ele queria conseguir "não estar".

Não consegui escrever este post como desejei, não houve poesia que me chegasse. Não estava com coragem de escrever na primeira pessoa e inventei Daniel. Daniel sou eu. Hoje, mais uma vez, Salvador (a terra da alegria e beleza) me rejeitou como vem fazendo há mais de um ano. Hoje eu chorei de vergonha, de pena de mim, de raiva. Hoje eu queria matar. Hoje eu queria morrer. Não consegui sair de casa para trabalhar porque não houve um taxista (da Elitte Táxi e da Chame Táxi) que quisesse pegar cadeira de rodas. Como se eles tivessem este direito, como se seus carros não fossem serviços públicos, como se eu não fosse pagar a corrida. Todo dia é a mesma coisa, mas hoje eu sofri. acho que acumulou. Rejeição dói e a única coisa que eu escuto das empresas de táxi é: estamos tentando encontrar alguém que queira pegar cadeira de rodas, senhor! Minha mãe teve que sair de casa para ver se encontrava algum na rua que tivesse a "boa vontade" de me levar ao ensaio.

Não sei nem o que escrevo, mas queria pedir a quem ler isso aqui que dê sugestões do que devo fazer, o que devo pensar, sei lá.... lembrando que não tenho a quem reclamar e não há orgão que fiscalize isso.

Só existe o não e não e mais um não para não estranhar. Desculpe, senhor!

domingo, 10 de maio de 2009

Mãe

Na exposição "Palavra Mãe" de fotos de Cristiane Oliveira, no Shopping Paralela, uma das fotografias com poesia de Washington Queiroz. Este pezinho é o de nosso bebê.

Diante desta imagem não preciso dizer nada, não é?

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Jiboiando

Nesses dias de chuva eu chovia bem lá dentro. Algo desmoronava em mim. Preguiça de tomar banho, comer, sair, trabalhar. Via meu sobrinho agasalhado, comendo sua comidinha, sem se preocupar com o mundo que caía, sem saber o acontecia. Me deu uma inveja!!! Aliás, me deu uma saudade!!!!

Saudade do meu tempo de criança em que não ia para a escola porque chovia e ficava vendo tv, brincando no quarto com minha coleção de playmobil, jogando baralho, lendo ou simplesmente JIBOIANDO.

Não pude jiboiar esses dias e essa sensação da adultez me entristeceu. Tudo me fazia lembrar a infância e a memória me deu a certeza de como me construí naquela época, naquela cidade do interior.

O cheiro do suco de maracujá na merendeira, o sanduiche de bolacha cream-craker com queijo, os biscoitos de leite que até hoje adoro com o café de minha mãe, as brincadeiras na areia do pátio da escola, os parques, os amigos que mantenho... tudo me veio com sabor de lágrima e vontade de voltar.

Agora eu percebo uma coisa... não me conformo em lugar algum, não me aquieto no canto, não me assento, quero sempre partir. No fundo eu quero é voltar, voltar bem fundo, mas o máximo que consigo é dar uma morridinha esperando o sol me aquecer.

terça-feira, 5 de maio de 2009

A beleza e seu oposto


Um dia, o canto dos pássaros saído de cordas humanas invadiu minha alma. Uma viagem pantaneira logo ali no Espaço da Caixa Cultural, na Rua Carlos Gomes. Tetê Espíndola, uma das primeiras e grandiosas cantoras brasileiras, na minha opinião, trazia consigo irmãos, Alzira e Jerry, a amiga Lucina, o filho Dani, os companheiros de banda: o simpatissímo e lindo Sandro Moreno, Alex Cavalheri e Marcelo Ribeiro.


No outro dia, uma exposição linda com fotos do meu pequeno, do nosso nenê, emolduradas por poesia em homenage a mãe. Coisa linda as fotos de Cristiane Oliveira.


Neste mesmo dia, mais um dos absurdos da falta de educação humana. Saindo do Shopping Paralela, onde está acontecendo a exposição, ainda no estacionamento, saindo da vaga reservada a carros que transportam pessoas com deficiência, uma mulher (ou seria uma anta?) esperava nossa saída para estacionar neste lugar. Informamos a dita do que se tratava aquela vaga, mas ela nos afirmou que estava com def dentro do carro. Partimos. Como nos perdemos no estacionamento, tivemos tempo de ver aquele arremedo de humana carregando uma criança e uma senhora ao seu lado. Nenhuma das três era def. Comecei a reclamar com ela, querendo faze-la entender o absurdo de seu ato. Ela me deu as costas e a língua. Reclamamos com os seguranças que nada podem fazer.


AÍ eu pergunto mais uma vez: o que podemos fazer para que as pessoas tenham educação, não ocupem os espaços que pertecem a outros, não joguem lixo pela janela dos carros e ônibus, dêem bons exemplos a seus filhos? Porque eu acho que um animal daquele deveria ser proibida de ter filho, porque passará para a pequena que estava em seu braço valores como aquele que demonstrou e ela deve ser consequencia daquela senhora que se fez de doente segurando em seu ombro quando nos viu reclamando sem dizer nada.


Aiiii, por isso que meu livro preferido é "Memórias Póstumas de Brás Cubas" de Machado de Assis, quando ele diz, no último capítulo, que a melhor coisa que fez na vida foi não ter tido herdeiros para não lhes deixar o legado de sua existência.


Mas ainda bem que pude ter Tetê e companheiros, melhor ainda ter minha irmã deixando seu legado para uma criança tão linda e amenizar minha tristeza em ser humano.