Eu gosto mesmo da cama e seus cafés quentes de manhã. Moldura para o corpo nu em noites de gozo. Descanso certo dos dias com olheiras. Esconderijo seguro para momentos de tristeza e lágrimas discretas. Irmã do travesseiro que pesca sonhos. Comparsa da rainha Preguiça.
Queria eu sair com a minha cama nas costas em filas de banco, em filas de ônibus, em trabalho funcionário público. Nunca me despedir dela. Nunca deixá-la por nenhum prazer finito, limitado, se é para ela que retorno exausto de ressaca e dor. Amiga dos remédios, da tv. Prima-irmã dos livros. Cura certa para qualquer doença. Íntima da morte e das lembranças de saudade.
Eu gosto mesmo de ti, minha cama, por compreender o meu "fazer nada".
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