Não entendi quando aquela mulher levantou-se e saiu no momento em que a recepcionista chamava seu nome. Não posso ter certeza que era ela, mas algo me dizia que sim. Estava muito ansiosa e seu olhar revelava todos os seus pensamentos.
Mulher de mais de 40 anos, virgem de tudo, menos de pensamentos. Pernas grossas, ancas fartas, baixa, sem peito e buço farto de pêlos finos. Unhas bem vermelhas. Jaqueta e calça jeans, camiseta branca, sem sutiã. Cabelos curtos. Um olhar tarado em cima dos pés da menina sentada ao lado, jogando no celular, aguardando sua hora para a consulta médica.
- Dona Maria Antônia! Dona Maria Antônia, por favor dirigir-se ao consultório 4.
A mulher levantou-se e seguiu em direção a porta de saída. Comprou água mineral no ponto de ônibus, tomou de um só gole e entrou no coletivo que a devolveria em casa. Entrou apressada no apartamento pequeno, jogou-se embaixo do chuveiro e punia-se pelos pensamentos e desejos. Não esquecia aqueles pés bem tratados, expostos numa sandália de tiras finas. Lavou-se com violência, esfregou bem os pés, enxugou-se. Já no quarto, deitada, nua, questinava-se sobre o que era aquilo e num impulso, começou a roer as unhas do dedão do pé, a tirar o esmalte, a sangrar pelos cantos.
Aquela mania havia corroído tudo de Maria Antônia: unhas, dentes, vida... Mais tarde com a cara enrugada, banguela e cotoco nos dedos, espera sem esperança sua hora no raio x de um dentro vazio.
Mulher de mais de 40 anos, virgem de tudo, menos de pensamentos. Pernas grossas, ancas fartas, baixa, sem peito e buço farto de pêlos finos. Unhas bem vermelhas. Jaqueta e calça jeans, camiseta branca, sem sutiã. Cabelos curtos. Um olhar tarado em cima dos pés da menina sentada ao lado, jogando no celular, aguardando sua hora para a consulta médica.
- Dona Maria Antônia! Dona Maria Antônia, por favor dirigir-se ao consultório 4.
A mulher levantou-se e seguiu em direção a porta de saída. Comprou água mineral no ponto de ônibus, tomou de um só gole e entrou no coletivo que a devolveria em casa. Entrou apressada no apartamento pequeno, jogou-se embaixo do chuveiro e punia-se pelos pensamentos e desejos. Não esquecia aqueles pés bem tratados, expostos numa sandália de tiras finas. Lavou-se com violência, esfregou bem os pés, enxugou-se. Já no quarto, deitada, nua, questinava-se sobre o que era aquilo e num impulso, começou a roer as unhas do dedão do pé, a tirar o esmalte, a sangrar pelos cantos.
Aquela mania havia corroído tudo de Maria Antônia: unhas, dentes, vida... Mais tarde com a cara enrugada, banguela e cotoco nos dedos, espera sem esperança sua hora no raio x de um dentro vazio.
Olá querido.
ResponderExcluirCoitada!! Todos nós temos alguma mania que nos envergonha. Certo?
O tal assunto do casamento... É cada vez mais assim, não é? Parece ter voltado tudo para trás quando a mulher era somente um apetrecho na vida de um homem.
Kisses
poooorra, Edu! Que conto, viu? Estou parada!
ResponderExcluirBeijos de sua tia (que andava sumida de seu blog, voltando!